A vida de um jogador americano de basquete ultrapassa os limites da quadra.
Reprodução/Globo Esporte |
Já é de conhecimento de muitos que a grande liga americana de basquetebol, a NBA, divulgou as datas de retorno para o dia 30 de julho, nos complexos Disney. Desde então, muitas polêmicas e dúvidas quanto ao seu retorno às quadras surgiram na mídia, mas com certeza o que mais chamou a atenção dos fãs foi a figura de Kyrie Irving, armador do Brooklyn Nets, que encabeçou uma reunião com mais de 80 jogadores para discutir o retorno às quadras.
Kyrie é o vice-presidente da NBPA (National Basketball Players Association), o sindicato dos jogadores da NBA, portanto sua influência é grande entre os jogadores. Por exemplo, os jogadores do Los Angeles Lakers Dwight Howard e Avery Bradley já manifestaram apoio à manifestação contrária ao retorno de Kyrie Irving. Já o presidente da NBPA, Chris Paul, ainda não tomou partido, entre as discussões.
O motivo do ex-campeão pelo Cleveland Cavaliers ser contra, é porque o mesmo acredita que o retorno da liga vai suprimir a onda de protestos que estão acontecendo nos EUA, devido ao assassinato de George Floyd por um policial em Mineápolis. Além disso, toda a desconfiança com a bolha da Disney e de como funcionará esse esquema, sem falar do risco, pois os EUA ainda vivem um momento complicado de Covid-19.
Entretanto, o grande problema não está concentrado na luta pelo racismo e o medo de contrair a doença, mas sim na própria ideia de bolha que foi sugerido e acatado pela NBA. Além de privar os jogadores de ir aos protestos, onde muitos já foram vistos, a ideia de bolha traz uma sensação de que todos os habitantes de lá, estarão sendo privados do mundo real. Eles serão os escolhidos a sobreviverem num mundo onde os outros estão lutando contra o racismo e o vírus.
Para quem acompanha as notícias, ou possa ter visto isto na pele, as pessoas de classes sociais mais elevadas tendem a ter menos chance de morrer, graças à condição financeira que os colocam numa posição de mais fácil acesso à saúde. Enquanto isso, as pessoas com dificuldades financeiras têm mais complicações quando contraem o vírus. E os jogadores da NBA, que antes seriam mais um entre outras tantas pessoas, vão estar seguros em um ambiente fechado e controlado, jogando basquete, curtindo a vida. Isto é algo que muitos podem se incomodar.
A intenção não é colocar aqui o que é certo e o que é errado, mas sim olhar por uma perspectiva dos jogadores contrários à volta, pois na internet é possível notar muito hate nos jogadores simplesmente por exporem o ponto de vista deles. A decisão, até então, é o retorno no dia 30 de julho.
São muitos pontos de vistas, lados bons de voltar e ruins também, entretanto os jogadores contrários à volta, necessitam dialogar bem com os demais jogadores a favor da volta e, claro, com o comissário Adam Silver, para resolverem os problemas de maneira pacífica. O que a NBA não precisa neste momento, é mais um problema para acumular a muitos outros.
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