Após o recomeço com Flamengo x Bangu, no dia 18, foi a vez dos demais times cariocas retornarem a campo em meio à crise de Covid-19.
Divulgação/Twitter Botafogo |
Neste último domingo (28), ocorreram quatro jogos válidos pela quarta rodada da Taça Rio, e entre esses estavam três dos quatro mais importantes times do Rio de Janeiro: Vasco, Botafogo e Fluminense. Estes dois últimos dificultaram a volta do futebol carioca, claro, devido à pandemia. Entretanto, foram os únicos, o que fez ambos perderem a disputa democrática de prorrogar a volta do campeonato para meados de julho, fazendo o Campeonato Carioca se tornar o primeiro torneio de futebol a retornar durante a pandemia em toda a América do Sul.
O futebol sempre foi e sempre será a alegria do brasileiro, até mesmo os mais distantes do esporte possuem memórias afetivas com esse esporte de 22 jogadores correndo atrás da bola, entretanto não vivemos tempos saudáveis o suficiente para deixar o esporte, aqui, acontecer. O Rio de Janeiro ainda enfrenta uma situação complicada, a qual os números de infectados são baixos alguns dias e em outros sobem consideravelmente. Se levar para uma escala nacional, a situação complica ainda mais, pois a curva do Brasil só vem crescendo - apesar das variáveis -, graças às políticas públicas pouco eficientes, além da falta de cooperação de muitos cidadãos, que podem ficar em casa, mas optam por não.
Contrariando todos os exemplos bem sucedidos da Europa, o Rio de Janeiro decide retornar as atividades 15 dias após o pico de mortes no estado. Na Itália, por exemplo, que sofreu bastante com a doença, retornou as atividades desportivas após 76 dias, sem falar da eficiência do Governo italiano e dos próprios italianos em tentar controlar a disseminação, muito diferente da realidade brasileira. A França, que ainda vive uma situação parecida com a do Rio de Janeiro, de um sobe e desce constante dos números, decidiu encerrar o campeonato, declarando o PSG como campeão.
A grande discussão fica por parte da opção de retornar aos gramados tão cedo e o impacto que isso gera na sociedade, pois muitas pessoas tendem a ver o futebol retornando e começam a crer que a situação está se normalizando, o que está longe de acontecer. E os políticos são as pessoas mais informadas sobre a situação do vírus, mas aparentemente eles preferem usar o futebol como uma cortina de fumaça para a grande massa não prestar atenção no despreparo e no descontrole das políticas públicas.
Além disso, é muito difícil não ser cético quanto ao amparo da saúde em meio à pandemia. Os hospitais do Rio de Janeiro mantêm dificuldades de funcionamento com ou sem pandemia, agora com a crise, muita atenção vai ser exigida para os jogadores e equipe técnica, deixando os hospitais públicos mais problemáticos. Este apoio ao futebol não será fácil, principalmente para os clubes menos estruturados do futebol carioca. Os três jogadores infectados do Volta Redonda, confirmados logo antes da partida contra o Fluminense, só reforçam a má condução do processo pela Federação Carioca em proteger os jogadores e funcionários, sem mencionar que os especialistas no assunto consideraram a partida de ontem entre Fluminense x Volta Redonda com risco de contaminação.
Afinal, quem perde é o futebol, que já não alimenta paixão de muitos brasileiros como antes, porém, agora, o sentimento pode ser o contrário de paixão por causa desta volta. É curioso enxergar como algumas situações expõem a falta de sensibilidade e empatia das pessoas, mais do que isto, é visível hoje é o despreparo e desqualificação daqueles que comandam o Brasil e o futebol, que já acreditam numa volta de público para o dia 10 de julho, que já enxergam o Maracanã com bastante pessoas, mas não enxergam o custo disto. Algum dia o futebol brasileiro tinha que retornar, mesmo que não fosse o melhor dos cenários, mas que fosse bem resolvido e não prejudicial, diferente do que está sendo visto.
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