O MVP da final do Super Bowl LIV acertou uma extensão contratual de dez anos com o Kansas City Chiefs, e agora é o jogador mais bem pago da história dos EUA.
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Jovens talentos talvez sejam o que há de mais valioso dentro de um esporte. A perspectiva de eles alcançarem um nível muito alto empolgam qualquer torcedor só de pensar como serão os próximos anos, quando este jogador evoluir. O caso de Patrick Mahomes não é esse. Ele já se trata de uma realidade alcançada e superada pelos seus feitos em tão pouco tempo. Com os seus apenas 24 anos, participou do Pro Bowl, já vencera o prêmio de MVP da temporada de 2018, MVP do Super Bowl LIV e, consequentemente, campeão deste; tudo em apenas três temporadas. Portanto, não estamos conversando simplesmente sobre um jovem talento, mas sim com um futuro Hall da Fama (se continuar a empilhar conquistas, claro).
Os valores de sua manutenção na equipe de Kansas foram, de fato, muito altos, o que pode assustar muitas pessoas ao ver como o esporte vem adotando quantias cada vez maiores nos contratos. Entretanto, no caso Mahomes, a decisão dos Chiefs fora simples: manter o seu prodígio por muitos anos, dando a ele uma quantia exorbitante ou perdê-lo para um outro time em troca de um quarterback mais barato, ou por um novo prospecto nos Drafts futuros. É uma decisão fácil porque o melhor cenário é a própria realidade, e o dinheiro investido pode ser totalmente recuperado nestes dez anos, através do marketing com o jogador, dos títulos que podem ocorrer no futuro e na expansão da franquia.
A presença de um quarterback de elite no plantel de uma equipe modifica o cenário completamente. Apesar de não ser o único jogador importante, o quarterback é o cérebro do time e a falta de um altamente competente pode frear qualquer time que sonha com o troféu Vince Lombardi na sua estante. Times como Seahawks, Packers e Saints são invejados por muitos outros por terem Russell Wilson, Aaron Rodgers e Drew Bress, respectivamente, em seus times. Mesmo que esses times possuam deficiências no ataque ou na defesa, os seus quarterbacks de elite trazem a competitividade e a força para os times sonharem alto, conseguindo ainda bater franquias que possuem ótimos jogadores de outras posições, porém nenhum quarterback que desequilibre. Casos esses como do Dallas Cowboys, com Dak Prescott, e do Cleveland Brown, com Baker Mayfield.
Além disso, a confiança no seu quarterback pode facilitar a montagem de elenco, que podem recrutar jogadores através do Draft, a fim de compôr o melhor cenário possível para a figura central do futebol americano; visto que o Draft possui sempre uma alta demanda por quarterbacks nas primeiras rodadas, abrindo espaço para um possível steal de jogadores de diversas posições. Um forte exemplo é o de Bill Belichick, gerente geral e técnico dos Patriots, que teve Tom Brady por tanto tempo, e apenas focou em completar as demais peças para um time que viria a construir uma dinastia futuramente.
Em suma, os Chiefs se consolidaram entre os principais times da NFL por mais dez anos, mas não poderá depender apenas do talento de seu jogador principal. A força que um quarterback de elite possui pode alavancar a busca por jogadores de outras áreas da equipe e, assim, construir um verdadeiro esquadrão. Até porque infelicidades podem acontecer a qualquer momento, portanto é bem mais do que o quarterback em si, é a oportunidade de crescer ainda mais com este jogador. Agora, o que nos resta é esperar as temporadas passarem e confirmar (ou não) o resultado dessa estratégia ousada, mas mais do que necessária.
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