O Campeonato Brasileiro começara neste último sábado após atrasar três meses devido à pandemia de Coronavírus.
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Reprodução/Minha Torcida |
Neste sábado (08), o campeonato mais importante no Brasil vai começar, o Brasileirão. Depois de um atraso de três meses devido à pandemia de Coronavírus, o Brasileirão 2020 - ou talvez 2020/21 - terá um calendário diferente do habitual. Em geral, o campeonato ocorria entre maio a dezembro de um mesmo ano, porém esta edição será de agosto até fevereiro de 2021.
A escolha da data foi decidida pela CBF, quando muitos times nem haviam retomado às atividades dos seus campeonatos estaduais; apenas o Campeonato Carioca havia retornado. Após a divulgação das datas e calendários das equipes, as federações aceleraram o processo de retorno, para que desse tempo suficiente do fim do estadual com o início do torneio nacional.
E nada melhor que antes de recomeçar o Brasileirão, retomar a situação das equipes envolvidas nesse ano. Algo muito comum em ligas americanas, o Power Ranking nada mais é do que um ranqueamento das equipes de acordo com o que elas podem render ao longo do campeonato e do momento delas. Não está ligado à posição final na tabela, que será visto apenas em fevereiro do ano que vem. É apenas um ranking das equipes. E lembrando que a chance de erro aqui é enorme e muito provável, mas tem um embasamento interessante...
De ordem crescente, do número 20 até o número 1:
#20 - Sport Recife
A situação do rubro-negro do Nordeste não é das melhores. A equipe já começou o ano caindo na primeira fase da Copa do Brasil para o Brusque, time da Série C. Outro desempenho fraquíssimo foi no Campeonato Pernambucano, onde não só perdeu a chance de se classificar para as fases finais, como também disputou para não ser rebaixado. Além disso, perdeu alguns clássicos para o Santa Cruz, que sempre é muito difícil de engolir. Fora do contexto de campo, a situação nos bastidores também não é nada agradável. Com salários atrasados, dívidas trabalhistas e outras questões financeiras que comprometem a regularidade do time no Brasileirão.
Após a saída de Guto Ferreira, que encontrou seu lugar no Ceará, a diretoria trouxe Daniel Paulista, campeão como jogador na equipe pernambucana em 2008 e integrante daquele time da Libertadores de 2009. Ele traz consigo o seu estilo de jogo baseado no 4-2-3-1, com ideias de jogo tanto de passes curtos quanto de jogadas mais agudas em profundidade.
Alguns nomes conhecidos pelos torcedores como Hernane Brocador, Jonatan Gómez e Patric estão presentes no elenco do Sport, que não apresenta outros nomes tão fortes para poderem carregar o time em 38 rodadas. Mas o torcedor pode ter esperança em jogadores como Marquinhos, Willian Farias e Elton para surpreenderem e alavancarem possíveis vitórias.
#19 - Goiás
Após uma boa campanha no Brasileirão 2019, a equipe esmeraldina não pode pensar em querer repetir a última campanha, é necessário focar em manter-se na Série A, o que será uma tarefa bem complicada. Boa parte do time que levou o Goiás para a Sul-Americana no ano passado, fora vendido, e sobrou alguns nomes mais experientes que se somam com alguns novos nomes. Apesar de ter sido eliminado na Sul-Americana, a equipe está a um passo de entrar nas oitavas de final da Copa do Brasil após vencer o Vasco no primeiro jogo da terceira fase.
O time do técnico Ney Franco utilizou o dinheiro da contratação de Michael junto ao Flamengo e contratou jogadores como Daniel Bessa, que jogou nas categorias de base da Internazionale, e o volante Sandro, ex-Tottenham que jogava na Udinese. A equipe ainda conta com Rafael Vaz e Rafael Moura como os líderes técnicos do Verdão, mas a companhia das novas contratações pode surtir um efeito novo.
Seguindo o exemplo do que foi visto na temporada passada, o Goiás ainda tem uma forte influência no seu modo de jogar com os pontas. Antes bem executado com Michael, e agora no papel de Keko e Victor Andrade. Sandro entra para suprir a ausência de Léo Sena, tanto na recomposição defensiva quanto na transição ofensiva. Apesar dos nomes, o Goiás não se encaixou perfeitamente seu estilo de jogo com as novas peças, o que pode comprometer o equilíbrio durante os próximos meses.
#18 - Vasco
O torcedor do gigante da colina até perdeu o costume de não ser apontado como um prodígio no campeonato. Anos após anos a equipe sempre é apontada como possível rebaixada, e deixa sempre a desejar ao torcedor apaixonado pela Cruz de Malta. A briga no Campeonato Carioca foi muito abaixo do esperado, que nem chegou a se classificar para a fase final do torneio. Com isso, a queda do experiente treinador Abel Braga era eminente. A esperança de melhores atuações está nas mãos de um jogador que lembra bons tempos do Vasco, Ramon Menezes, campeão de diversos títulos nos anos 90.
A equipe do Vasco tem esperança, principalmente, em Germán Cano, detentor de 75% dos gols do time na temporada e centroavante da equipe. A esperança do torcedor é depositada também nos jovens Talles Magno e Andrey, dois jogadores que podem crescer de produção e, quem sabe, se destacarem ainda mais. O outro jovem era Marrony, mas este foi vendido para o Atlético-MG, o que deixa o ataque mais desarmado.
Mesmo com poucos jogos oficiais de Ramon, é esperado que a equipe tenha uma posse de bola maior e tente preencher os espaços do campo, com o intuito de chegar à área adversária com toques em velocidade; acionando sempre Talles Magno em profundidade e Cano na área. Apesar do estilo, será difícil prever como o time vem para um Brasileirão com times fortes e muito defensivos. O Vasco ainda é uma incógnita, principalmente por estar a tanto tempo sem jogos oficiais.
#17 - Atlético Goianiense
De cara nova, o Atlético Goianiense vem para mais uma temporada na Série A do Brasileirão. Muito conhecido por estar sempre batendo e voltando de divisões, neste ano ele tentará quebrar esse estigma que muitos torcedores já enxergam. A expectativa fica por conta do novo treinador: Vagner Mancini. O experiente técnico chegou para comandar a equipe goiana no Brasileirão 2020, mesmo com a boa a campanha no cenário estadual e praticamente garantido nas oitavas de final da Copa do Brasil, a diretoria resolveu apostar num técnico com grande rodagem.
Para Vagner Mancini, ele terá um time veloz a disposição, com destaque para Matheuzinho. O bom proveito da velocidade vem em decorrência do estilo de jogo reativo da equipe, que possui um ataque eficiente de mais de 20 gols em dez jogos no Campeonato Goiano. O atacante Kayzer é o artilheiro do time com sete gols e será a principal referência no ataque.
O que pesa contra o time é o tempo sem jogar. A última partida realizada no dia 14 de março pode ser um empecilho na progressão do time nessas primeiras rodadas, pois enfrentará times um pouco mais bem condicionados fisicamente. O Atlético pode surpreender, porém é difícil pensar numa campanha tão acima do esperado: a disputa para se manter na Série A.
#16 - Coritiba
Depois de dois longos anos na Série B do Campeonato Brasileiro, o torcedor do Coxa Branca pode comemorar a retomada do clube para a Série A. E o incumbido de manter a equipe mais um ano na elite do futebol é Eduardo Barroca, ex-treinador do Botafogo, anunciado no final do ano passado. Apesar da eliminação na primeira fase na Copa do Brasil, o Coritiba de Barroca fez uma campanha justa no Campeonato Paranaense. Venceu a maioria dos jogos, e fez jogos apertados contra o rival Athletico Paranaense, este que conseguiu perder por 4 x 0 para o Coxa no último jogo antes da parada.
O time de Barroca é uma equipe que busca fazer um jogo equilibrado, sendo forte defensivamente e construtivo na frente. O time gosta de pressionar após a perda da posse, além de adiantar o time na hora de construir as jogadas. Os zagueiros Rhodolfo e Sabino são essenciais na construções de jogadas e no avanço das linhas, e no ataque deposita as esperanças no ponta direita Rafinha, destaque da equipe branca e verde.
O treinador se mostra otimista para o Brasileirão deste ano, mas é necessário ver se o time conseguirá bons resultados encima de bons times. As duas derrotas na final para o rival colocam em dúvida a possibilidade de a equipe voar na temporada.
#15 - Santos
A crise causada pelo Coronavírus é grande em toda a sociedade, e, infelizmente, atingiu as equipes esportivas de todo o mundo também. Mas o caso do Santos é maior ainda, pois o time já havia tido dificuldades financeiras sem pandemia, agora com a pandemia, piorou mais ainda. Sasha e Éverson recorreram à justiça pelos seus direitos trabalhistas, o time foi eliminado do Paulistão pela Ponte Preta em casa e o treinador português Jesualdo Ferreira fora demitido.
Em meio a tantas polêmicas e rumores quanto aos craques do time, a diretoria ainda mantém se firme e aposta em Cuca para comandar o alvinegro praiano no Brasileirão. Conhecido pela sua superstição e equipes equilibradas, o técnico assume num período conturbado e precisará comandar um time praticamente desmotivado. Ele terá esperanças em Soteldo e Carlos Sanchez, craques do time e principais lideranças técnicas.
As controvérsias e o mal-estar entre torcida e diretoria limita a capacidade de esperança de uma campanha elevada, que se une ao fato de começar um novo trabalho de um treinador, algo sempre muito complicado. Porém as esperanças ficam depositadas em bons jogadores santistas, muitos deles presentes na campanha vice-campeã do Brasileirão 2019.
#14 - Fluminense
O vice-campeão carioca vem para mais um Brasileirão com expectativas não tão boas. Após a décima quarta melhor campanha no ano passado, o treinador Odair Hellmann foi chamado e assumiu o cargo. Com dificuldades naturais de uma nova gestão, a equipe tropeçou em alguns adversários, perdendo a disputa da Sul-Americana e da Taça Guanabara, mas se recuperou e conseguiu vencer o Flamengo nos pênaltis e garantir vaga para as fases finais. Entretanto, perdeu uma final disputada para o rival.
A equipe de Odair é bem diferente dependendo do adversário. Muitas vezes é uma equipe que domina a posse de bola e propõe jogo, mas por outro lado também é aquele time que fecha a casinha e espera um contra ataque - o que foi bastante visto nos confrontos contra o Flamengo. Tanto nos dois cenários a esperança é em Nenê, um jogador que consegue tanto carregar bem a bola quanto distribuir os passes. Mas em velocidade o melhor mesmo é Marcos Paulo, jovem jogador veloz e aproveitador de contra ataques.
Os bons confrontos animam os torcedores tricolores, mas um pé atrás não faz mal quando é o Fluminense, pois a equipe consegue ser instável em certos momentos. A expectativa é fazer melhor que a temporada passada, mas é necessário paciência com o comandante. Uma mudança no meio do trajeto pode complicar mais ainda.
#13 - Botafogo
Um dos times que mais busca reforços estrangeiros no mundo é o Botafogo. Com o sucesso da vinda de Honda - não pelo futebol, mas pelo marketing -, a equipe da estrela solitária foca em novos contratados vindos da Europa. Flertou com Yaya Touré, Obi Mikel e Salomon Kalou. O sucesso veio com o último, o que alegra o torcedor e o enche de esperanças. A campanha no Carioca não mostrou nada de diferencial da equipe, mas é visto como a equipe mostra uma regularidade, vencendo seus jogos e avançando na Copa do Brasil.
De fato, novas contratações modificam o panorama do time, porém é necessário que o técnico Paulo Autuori consiga encaixar a melhor equipe nesse cenário. A proposta é fazer um time que use bem a posse de bola, utilize de passes curtos num avanço progressivo ao ataque e municiar Honda para o jogador ser o principal construtor.
A experiência do técnico e dos novos contratados é a chave para o funcionamento do alvinegro, e a comoção da torcida com o time é revigorante para os jogadores, o que pode ser um grande aliado na disputa de jogos tão concorridos.
#12 - Bahia
O representante de Salvador no Campeonato Brasileiro busca caminhos para chegar longe no Brasileirão desse ano. Longe igual a campanha na Copa do Nordeste deste ano, a qual garantiu a segunda colocação, perdendo os jogos finais para o Ceará. A campanha no Campeonato Baiano não teve surpresas, mas as surpresas ficaram por conta de outros campeonatos. Na Copa do Brasil, caiu para o River-PI logo na primeira fase, mas em compensação ainda está vivo na Sul-Americana.
O time do técnico Roger Machado vem para sua segunda temporada como treinador, o que é raro no futebol brasileiro, mas sua permanência é sempre questionada com os torcedores. O técnico recebeu jogadores como Clayson e Rodriguinho, que são eficientes no estilo de Roger, focado em ter o controle da bola com pontas bem abertos e jogadores que possam distribuir a bola. Outra peça no funcionamento do time é Gregore, um dos jogadores mais regulares do futebol brasileiro é um ótimo combatente defensivo, mas também é importante na posse da bola.
Com muitos nomes conhecidos dos torcedores das equipes de São Paulo, o Bahia é um dos times do nordeste que mais evoluiu nesses últimos anos, portanto é sempre uma constante no meio da tabela, mas que vive numa balança entre as expectativas e a realidade.
#11 - Athletico Paranaense
O tempo do Athletico é de reconstrução. O torcedor vivenciou uma época vitoriosa de títulos que colocam a equipe paranaense entre as maiores do Brasil. Porém, após uma construção, tem uma renovação. As saídas de jogadores fundamentais do elenco pesam contra o Athletico, somados ainda à saída do comandante Tiago Nunes. O candidato do novo ciclo do time é o experiente Dorival Júnior, que apesar de ser bem rodado no futebol brasileiro, demonstrou uma evolução em seus trabalhos nos últimos anos.
Vivo na Libertadores com uma vitória e uma derrota, a equipe paranaense teve um choque de realidade na primeira Supercopa do Brasil contra o Flamengo, onde perdeu de 3 x 0. Por outro lado, a equipe mantém as ideias de Tiago Nunes, como se fosse um DNA novo para um time de cara nova. O estilo de jogo rápido e dinâmico, com poucos toques na bola, porém uma ofensividade grande. Marquinhos Gabriel e Léo Cittadini são dois dos caras desse time, cobrindo as posições antes pertencidas a Rony e Bruno Guimarães respectivamente.
Todo início de trabalho é conturbado e difícil, portanto o comando novo pode demorar para engrenar e fazer o Athletico possuir chances grandes de classificação. A equipe ainda terá focos externados em outros campeonatos: Copa Libertadores e Copa do Brasil, o que podem fazer a atenção diminuir no Brasileirão.
#10 - Fortaleza
Talvez a maior evolução do futebol brasileiro - deixando o Flamengo de fora - é a do Fortaleza. Um time muito tradicional do Nordeste que já tinha tempos melhores, mas vivia na Série C. Anos se passaram e a arrancada da C para a B e desta para a A, fizeram o time ganhar a afeição de muitos torcedores ao redor do Brasil. A figura de Rogério Ceni é a grande centralizadora desse momento ótimo que a equipe vive, pois foi ele quem trouxe visibilidade para o time; sem mencionar os títulos de Série B e Copa do Nordeste.
Mesmo com a eliminação na Sul-Americana, o saldo de ter enfrentado um Independiente foi ótimo para a equipe. Outra campanha que chegou perto foi na Copa do Nordeste, onde caiu para o rival Ceará na semi final. A equipe de Rogério tem como método ofensivo jogadas rápidas e bem distribuídas no ataque. Os laterais são bem abertos, para que a defesa adversária se estique e aumente os buracos defensivos. O goleiro Felipe Alves tem importância também, pois é um facilitador na saída de bola, sem mencionar seus lançamentos, que podem pegar, principalmente, Osvaldo aberto.
O que coloca o Fortaleza numa posição elevada no ranking é a longevidade do trabalho de Rogério Ceni. O técnico tricolor parece até algo diferente no futebol brasileiro, com um projeto de carreira bem explícito, que anda de mãos dadas com o planejamento do próprio clube. A conexão que pode elevar o Fortaleza é essa.
#09 - Ceará
Este é um time que pode surpreender e se colocar a frente de muitos outros. Vindo de campanha vitoriosa da Copa do Nordeste, o alvinegro cearense é treinador por Guto Ferreira, que não teve boa campanha no Sport, mas conseguiu desenvolver - até então - um bom trabalho. Ainda vivo na Copa do Brasil, onde venceu o Vitória no primeiro jogo da terceira fase.
O time ganhou reforços que ajudaram o time a elevar o patamar: Fernando Prass, Vinícius e Rafael Sóbis. A construção de jogadas é muitas vezes feita pelos laterais, que podem receber essa bola no pé ou a partir de um lançamento. Um dos grandes nomes do ataque é Leandro Carvalho, ponta direita que consegue criar diversas jogadas mais agudas.
Com o trabalho ainda em andamento, é possível que a equipe sofra com a mudança brusca da qualidade de adversários, porém, a longo prazo, a equipe pode ter uma evolução natural e ganhar pontos importantíssimos, para que se possa sonhar em brigar por Libertadores da América.
#08 - Red Bull Bragantino
Curiosidade é o que define o RB Bragantino na Série A. Pode-se ver bastante no Paulistão deste ano, mas estadual não é o melhor termômetro para times. Mas logo de cara pudemos sentir o poder da equipe em contratações de jovens, pagando até preços mais elevados que o normal. A campanha no Paulistão não foi nada muito especial, mas garantiu um primeiro lugar dentro de um grupo, e acabou perdendo para o Corinthians em um jogo polêmico.
O Bragantino agora é um time Red Bull, portanto você verá aspectos comuns deste time nas demais filiais espalhadas pelo mundo. Baseado no "Guardiolismo", o time da Red Bull tem propensão a pressionar no campo defensivo do adversário e acionar os pontas velozes em profundidade. A posse de bola e a manutenção de um jogo mais ofensivo é o instinto padrão de uma equipe da Red Bull.
O time jovem e o estilo de jogo característico transformam o Red Bull Bragantino numa futura potencial com o passar dos anos. Nesta temporada, a expectativa é bastante animadora para um time que estava beirando a um ostracismo, mas que acabou surgindo novamente mais forte que nunca. Apesar das altas expectativas, é necessário ponderar onde o time pode chegar, pois uma primeira temporada na elite pode ser complicada para qualquer um, principalmente para alguns jovens.
#07 - Corinthians
O campeão dos campeões encontrou dificuldades neste percurso até o Brasileirão. Após a demissão do treinador Fabio Carille, a confirmação de Tiago Nunes seria um alívio para aqueles que estavam perdendo a paciência com o jogo defensivo. O sucesso do ex-treinador do Athletico tinha um aspecto mais ofensivo, o que era o esperado dos torcedores para o Corinthians, mas uma transição dessas nunca é fácil assim. Resultados ruins no Paulistão e a eliminação na famigerada "Pré-Libertadores" agravaram a situação complicada. O respiro veio com a volta do Paulistão, que embalou quatro vitórias seguidas, e chegou à final contra o Palmeiras; perdendo nos pênaltis.
O jogo do Corinthians ainda está em formação, no processo de criar uma identidade. Mas os times de Tiago Nunes gostam de apostar em velocidade pelas pontas e de um bom centroavante para atrair a atenção dos defensores. Corinthians consegue em Jô uma esperança nova no comando do ataque, que ainda tem Ramiro aberto e Luan por dentro. A defesa gosta de pressionar no campo de ataque e busca sempre forçar o erro do adversário com isso.
Apesar das mágoas de perder na Libertadores e na final do Paulistão, é difícil não crer numa possível evolução da equipe de Itaquera. O futuro retorno de Boselli, a integração de Cantillo na equipe inicial e uma evolução tática de Tiago Nunes com o elenco podem ocorrer a longo prazo. Além disso, o Corinthians é uma equipe experiente, e sempre almeja altas colocações. Portanto a nona colocação parece justa, mas dependerá da manutenção de Tiago no time; uma mudança pode ser ainda mais prejudicial.
#06 - São Paulo
Espera-se muito do time do São Paulo. Não só por causa de um elenco recheado, mas porque o torcedor necessita um São Paulo melhor. O torcedor são-paulino era acostumado aos títulos em abundância dos anos 2000, e desde 2012 a equipe não sabe o que é ser campeão. O encarregado de comandar o time às glórias do passado é Fernando Diniz, treinador que surgiu no Audax e chocou os fãs com o seu estilo diferenciado de jogar. Desde sua chegada em setembro do ano passado, diversos argumentos surgem contra e a favor do treinador, porém a situação complicou recentemente, quando o tricolor paulista fora eliminado pelo Mirassol em casa.
A equipe são-paulina tem como característica principal a saída de bola, algo muito precioso para Diniz. E a equipe do São Paulo tem Tchê Tchê e Daniel Alves encarregados disso, ou seja, é uma boa saída de bola. Mais a frente, o time paulista busca sempre jogadas fortes pelas laterais e com bastante movimentação, algo que é visto em Pablo e Pato, os quais trocam de posição constantemente. O problema fica por conta da defesa, que nunca foi o forte do treinador, mas o talento e a sincronia de Bruno Alves e Arboleda garantem uma boa segurança.
Falando assim parece que o time é perfeitamente conjuntado, mas na prática a situação complica bastante. Com diversas dificuldades de penetrar em defesas adversárias, o torcedor fica bastante irritado com os jogadores de frente da equipe, e atrás o time tem buracos cedidos que podem ser explorados em contra ataques do adversário. Os problemas circundam o trabalho de Fernando Diniz, e podem comprometer um bom trabalho à longo prazo.
#05 - Internacional
Agora começa a aparecer os melhores times do país. Começando pelo Internacional, que tem como portfólio para se candidatar ao título e um bom retrospecto na Libertadores deste ano. Óbvio que o desempenho é melhor por causa da maior quantidade de jogos, porém os mesmos jogos credenciam o Inter a pensar alto, pois são vitórias importantes e que o torcedor adora. O time havia demitido Odair antes do fim do campeonato, e em compensação quis investir em um treinador estrangeiro: Eduardo Coudet.
O novo treinador implantou a nova pedida do futebol brasileiro: um futebol ofensivo e com posse de bola. E uma dessas ideias do futebol ofensivo é o jogo com os laterais, que abrem e dão amplitude ao campo. Ao abrir o campo, a criação de buracos nas marcações por zona surge facilmente, surgindo assim as figuras de jogadores com Edenilson, Marcos Guilherme e Thiago Galhardo para armar boas jogadas. Outras pedida famosa é a pressão alta, algo que o Inter consegue fazer ao avançar suas linhas, sufocando o adversário.
Apesar do novo treinador implantar ideias que agradem o torcedor colorado, o trabalho ainda pode melhorar cada vez mais, porém será um caminho que pode ter percalços, onde a diretoria e os torcedores não podem radicalizar. O sucesso do Inter dependerá da harmonia entre os componentes e de Paolo Guerrero também.
#04 - Grêmio
A equipe gremista é sempre colocada entre os melhores times do Brasil, porém suas campanhas neste torneio nacional nunca foram tão compatíveis com o poderio do elenco. O grande foco do Grêmio é e sempre foi a Taça Libertadores, após o título de 2017 a equipe é figura carimbada nas fases finais, o que faz com que o técnico priorize sempre ao torneio continental. Neste ano, encontrou o rival Internacional no seu grupo, com quem disputará a primeira vaga.
O time de Renato é bem arquitetado de acordo com o jogo em questão. Se for uma equipe mais ativa no campo ofensivo, a solução é recuar um pouco mais; se a equipe for mais reativa, avançar e ter o domínio da posse. Em geral, o porto seguro do Grêmio é a sua fiel defesa de anos: Pedro Geromel e Kannemann. Outros jogadores bastante importantes na criação são Matheus Henrique e Jean Pyerre, ambos jovens e habilidosos meio campistas que gostam de distribuir o jogo para os laterais e pontas quando avançam.
O sentimento ruim fica por conta da saída de Éverton Cebolinha para o Benfica. A dificuldade de perder um craque é gigante, principalmente quando a equipe gira em torno do próprio. Em contrapartida, a solução é na base: Pepê. A base, que vem gerando frutos ano após ano, pode ser a chave do sucesso do Grêmio, mesmo sendo um dos times que mais apostam em jogadores mais velho, porém talvez essa conjunção do novo e do velho possa ser o ponto principal desse time.
#03 - Palmeiras
Mais um time que decidiu adotar uma nova filosofia de jogo. Antes conhecido por times mais reativos e fechados defensivamente, tanto com Felipão quanto com Mano Menezes, o Palmeiras resolveu ter um estilo de jogo mais ofensivo com um dos treinadores mais vitoriosos de toda sua história: Vanderlei Luxemburgo. O treinador ainda não obteve um estilo de jogo mais plástico, mas conseguiu manter uma campanha regular no Paulistão e Libertadores. O título do Paulistão encima do rival com certeza dá um gás no processo.
A equipe do Palmeiras ainda possui dificuldades nas construções de jogadas, porque muitas vezes a equipe não consegue encontrar espaços em defesas bem armadas. A solução encontrada foi apostar na velocidade de Rony e nos lançamentos de Weverton em profundidade. Outras maneiras de furar as linhas de marcação são os passes mais longos, o que os jovens Patrick de Paula e Gabriel Menino conseguiram, e marcam sempre presença nos jogos do alviverde. A defesa com Felipe Melo e Gustavo Gómez consegue ser forte, porém fica vulnerável quando os volantes não grudam na última linha.
Por ser uma das equipes mais competitivas do país, o Palmeiras é sempre uma equipe que figura entre os favoritos, mas, agora, a falta de um jogador como Dudu fora nestes últimos anos é fundamental. Outra dificuldade é na transição de uma equipe defensiva para uma ofensiva, uma dificuldade comum, mas que perdura no Palmeiras após meses. O bom elenco e alguns jogadores que poderiam ser titulares em muitos times por aí, garantem o Palmeiras como um figurão ao título.
#02 - Atlético Mineiro
Esse talvez seja o ano do galão da massa. Sofredor de alguns anos chatos e de times que não chegavam nem perto daquele tão importante de 2013, o torcedor precisou aguentar mais um ruim trabalho para finalmente conseguir acertar com Jorge Sampaoli. O técnico argentino, que já provou sua força no cenário brasileiro ao levar o Santos para o vice campeonato ano passado, tem agora a ajuda de novos contratados para ajudar o Atlético Mineiro a voltar para as cabeças da tabela.
Os times de Sampaoli são ofensivos e bem posicionados dentro do campo. O treinador gosta de bons pontas que são capazes de finalizar e criar boas jogadas, mas também de jogadores na construção de jogadas que possam acionar os pontas com facilidade. A pressão para recuperar a bola é clássica de times mais ofensivos, e como você pode ver, é algo que muitos adquiriram para o Brasileirão. A esperança fica por conta da contratação de Keno dê certo, mas além dele Nathan e Marrony podem pintar como boas soluções.
A expectativa é que o Atlético faça uma campanha tão boa quanto a do Santos na temporada passada. Mas vale ressaltar que qualquer novo trabalho dependerá de uma aceitação dos jogadores ao esquema diferenciado, portanto requer tempo e trabalho.
#01 - Flamengo
Acredito que ninguém esperava por essa... Flamengo em primeiro?? Como assim??? Enfim, não tem outro que pode assumir essa posição. O Flamengo é disparado o melhor time do Brasil e o que mais tem chances de vencer o que quiser. A saída de Jorge Jesus do comando com certeza é um baque para os jogadores, que apreciavam ele muito, mas a escolha de Domènec Torrent mantém viva uma esperança de um jogo bonito e eficiente.
Um dos fundadores do que muitos gostam de chamar de "Guardiolismo", o New York City FC de Domènec Torrent jogava a partir de toques
curtos, principalmente no campo defensivo, pois um passe mais longo pode ser
interceptado mais facilmente; resultando num contra-ataque para o adversário.
Para ajudar nesses toques curtos na defesa, os zagueiros abrem bem nas laterais
para receber o passe e os laterais, também abertos, estão mais a frente ao lado
de um volante para os três fazerem uma triangulação, e assim sair mais rápido em
direção ao ataque. Os pilares do time ainda continuam por lá, e ainda contaram com Pedro para uma alternativa nova no ataque.
As inseguranças com Torrent são naturais, entretanto ele aparenta ser um apreciador do futebol brasileiro e do Flamengo de Jesus, este que fez um trabalho histórico e, com certeza, vai facilitar o novo treinador também adepto ao futebol mais ofensivo. O pior dos cenários será o time do Flamengo com uma demasiada soberba por estar tão à frente dos outros times, algo que pode comprometer uma melhor produção dos jogadores, e é algo que treinador precisa cuidar. Pés no chão é fundamental para se manter no topo.
Muitas noções de jogo e informações foram encontradas no
Footure.
Sport campeão brasileiro 2020
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