A equipe de Miami carimbou sua ida às finais da NBA após vencer o Boston Celtics por 4x2.
Divulgação/Twitter Miami Heat |
Apesar de ser um esporte e não uma ficção, o basquete tem diversas narrativas, e cada time possui uma específica toda temporada. As franquias podem querer apostar suas fichas nos calouros e esperarem o resultado em algumas temporadas ou podem investir em grandes nomes e construírem uma equipe potencialmente imbatível. O Heat não seguiu nenhum desses caminhos.
Após a saída de LeBron James em 2014, a competitividade não fora a mesma dos últimos anos, afinal, quatro temporadas seguidas chegando nas finais não é nada fácil de repetir, principalmente sem James. Outros jogadores como Chris Bosh e Dwyane Wade haviam saído do plantel de jogadores também, o Big Three já tinha acabado.
Wade ainda retornou para encerrar sua carreira no Heat em 2018. Por mais que suas partidas não fossem mais as mesmas, seu impacto no vestiário e nos outros jogadores era notório; o Miami Heat precisava dessa força.
E para esta temporada 2019/20, o time da Flórida resolveu apostar em Jimmy Butler, um jogador que já havia se provado um bom jogador, mas que nunca decolou em sua carreira, para ser um dos jogadores experientes do grupo ao lado de Goran Dragic.
A temporada regular, antes da pandemia, mudou o Miami Heat de patamar em comparação com a temporada passada: saltou da décima colocação de 2018/19 para a quinta colocação, em 2019/20. A equipe viu peças importantes do Draft começarem a funcionar muito bem ao lado dos mais experientes.
O Draft é sempre um evento importante para as equipes e para os fãs. É lá que as futuras superestrelas vão surgir, mas é uma grande loteria também. Enquanto muitos jogadores escolhidos nas primeiras rodadas não conseguiram render o quanto era esperado, outros que ficaram fora dos radares surgem. No Miami Heat, as figuras de Duncan Robinson e Kendrick Nunn foram grandes surpresas.
Detentor de dois nomes gigantes da NBA, Duncan Robinson não foi draftado em 2018, mas conseguiu um contrato com o Heat para jogar a NBA Summer League, e futuramente seria usado no time principal em 2019; hoje, Duncan Robinson é um dos jogadores que mais acertaram bolas de três na temporada. Outro jogador não draftado foi Kendrick Nunn, pois os seus problemas fora da quadra fizeram com que as equipes não confiassem nele, apesar do bom rendimento no College; nesta temporada, ele foi um dos principais calouros e ficou no primeiro time de calouros.
Além deles, ainda tem Tyler Herro, a décima quarta escolha do Draft de 2019, que foi um jogador importante para as rotações de banco, e que ganharia um destaque ainda maior na bolha da NBA. E Bam Adebayo, que fora draftado em 2018, mas nunca havia mostrado o seu valor, mas que cresceu consideravelmente de produção, tornando-se fundamental para o time da Flórida.
E para falar do Miami Heat desse ano, é preciso falar da bolha. A ideia louca de Adam Silver, comissário da NBA, foi levada à sério, principalmente pelo time do Miami Heat, que apresentou um basquete muito mais consistente. Jimmy Butler fez questão de pagar uma cesta de basquete para todos os jogadores da equipe treinarem durante a quarentena, mostrando mais uma vez o seu lado líder que todos queriam ver.
Depois de oito vitórias e apenas três derrotas nos playoffs, é notório que a união dos mais experientes com os mais novos surtiu efeito e transformou o Miami Heat em uma das equipes mais coletivas atualmente. As chegadas de Jae Crowder e Andre Iguodala acrescentaram ainda mais força à equipe como um todo, e os jovens se desenvolveram cada vez mais, principalmente Tyler Herro e Adebayo.
Diferente de muitos times, o Miami Heat não é um time de uma ou duas estrela, é uma constelação inteira, onde todos brilham. Durante a temporada, nenhum jogador fez mais que 20 pontos de média, mas oito ficaram entre 19 e 11 pontos por jogo, um grande trabalho coletivo. Sem falar das atuações no último quarto, onde o Miami garantiu diversas vitórias nos últimos cinco minutos finais. O sucesso pode ser atrelado à essa união do novo e do velho, diferentes idades e experiências, mas os mesmos objetivos: a vitória.
Não seria a mesma coisa também se não houvesse a figura de Erik Spoelstra. Treinador da equipe desde 2009, já lidou com altos e baixos, incluindo um bem alto, com aquele Big Three de James, Bosh e Wade. Além disso, é um dos treinadores mais talentosos de toda a liga, a grande maioria não consegue ver um jogo feio do Miami Heat, um time que possui uma variedade de possibilidades no ataque e uma defesa sólida.
Ao lado de Spoelstra, a figura de Pat Riley também ganha muitos destaques. A confiança em Spoelstra e o trabalho no Draft foram essenciais para o sucesso que é visto hoje. Além disso, as contratações de jogadores que inspiram e lideram a equipe foram fundamentais também, ele montou um elenco completo, misturando a sabedoria dos mais velhos com a garra dos mais jovens.
Se o Miami Heat vai ser campeão da NBA em 2020, ninguém sabe, mas a certeza de um bom trabalho é certa. A fórmula que se diferencia tanto de outras, foi a certa para levar esse time às finais, e a mentalidade coletiva criada já é motivo de muita festa.
LEIA TAMBÉM:
Comentários
Postar um comentário