O melhor jogador para cada escolha do Draft 2020 da NBA

O melhor encaixe para todos os times de primeira rodada que terão a oportunidade de selecionar novos jogadores para o elenco.

LaMelo Ball
Reprodução/CBS Sports

Poucos eventos dentro dos esportes americanos chamam mais atenção que o Draft. A esperança de novos jogadores surgirem e serem o futuro de alguma franquia é enorme. O Cleveland Cavaliers, até o Draft de 2003, não era nada expressivo em comparação à outras equipes da NBA, mas tudo mudou quando eles selecionaram LeBron James. O Draft nada mais é do que um sistema para manter a paridade entre as equipes e promover a competitividade.

Apesar de ser uma ótima maneira de conseguir um grande jogador facilmente, o Draft pode ser traiçoeiro também, como o próprio Cavaliers testemunhou ao recrutar Anthony Bennett, em 2013. Por isso, é importante que as equipes escolham os jogadores com muita sabedoria, seja por talento ou necessidade.

Aqui, você verá o jogador que mais se encaixa em cada escolha do Draft, levando em consideração as necessidades dos times, ranking dos prospectos e um pouco de opinião também. O foco é no encaixe, ou seja, aquilo que a equipe estiver mais precisando no momento, e não apenas no talento individual ou a escolha que os rumores apontam.

#1 - Minnesota Timberwolves: Anthony Edwards (SG/SF)

Um dos principais prospectos desse Draft é Anthony Edwards. O ala-armador da Georgia fez sua temporada de calouro e teve médias de 19.1 pontos, 5.2 rebotes e 2.8 assistências, com mais de 40.2% nos arremessos de quadra. 

Sua arma mais importante é o físico invejável, possibilitando-o ser agressivo ao atacar a cesta, principalmente em contra ataques; destaca-se também por ser um dos jogadores mais completos, mostrando capacidade de criar bons arremessos e se tornar um grande defensor. Porém, o jovem ainda possui baixo desempenho nas bolas de três - 29.3% - e não é grande criador de jogadas; além disso, suas entrevistas e o seu comportamento fazem com que muitos times tenham um pé atrás sobre o jogador.

Nos Timberwolves, o encaixe não é dos melhores, mas ele conseguiria ajudar Karl-Anthony Towns nas pontuações e seria municiado por D'Angelo Russell. Os Wolves vão precisar do empenho defensivo de Edwards, visto que a equipe de Minnesota obteve uma das piores eficiências defensivas da última temporada. Caso o calouro não consiga evoluir defensivamente, os Timberwolves poderão não ir longe.

#2 - Golden State Warriors: James Wiseman (C)

Um dos grandes queridinhos do momento é James Wiseman. O pivô do Memphis Tigers, que jogou apenas por três jogos, se envolveu em uma confusão envolvendo o ex-joagdor da NBA Penny Hardaway e decidiu largar a faculdade e treinar por conta própria. Nas três partidas, obteve médias de 19.7 pontos e 10.7 rebotes, e vem impressionando as equipes nos treinos das equipes.

Wiseman não é daqueles jogadores que possuem diversas habilidades. Ele é um jogador restrito às suas funções, as quais executa muito bem. O foco do seu jogo é defensivo, principalmente defendendo o aro e sendo um grande reboteiro, muito graças ao seu impressionante físico; um excelente defensor de pick and roll e contesta bem os arremessos também. Por outro lado, como foi dito, é um jogador com limitações, portanto não é de se esperar que o jogador tenha ótimo controle de bola ou bons arremessos.

No Golden State Warriors, Wiseman é a peça que falta na equipe titular, complementando Draymond Green muito bem e trabalhando em bloqueios para os armadores penetrarem ou arremessarem. Não seria exigido dele mais do que suas habilidades, e os Warriors conseguiriam fechar a lacuna que falta no seu quinteto.

#3 - Charlotte Hornets: Onyeka Okongwu (C)

Outro pivô que chama muita atenção é Onyeka Okongwu. O jogador da faculdade de USC chega para a NBA depois de uma temporada de médias de 16.2 pontos, 8.6 rebotes e 1.1 assistência, com um aproveitamento de 61.6% dos arremessos.

Os seus atributos ficam por conta de sua agilidade e explosão, destacando-se como um ótimo roller do pick and roll; sua envergadura e tamanho fazem com que ele consiga ser um defensor efetivo, até mesmo contra armadores. Seus pontos negativos ficam por conta do controle de bola e os arremessos; Okongwu precisa de armador para ajuda-lo, tanto para as construções de jogadas ou finalizações delas.

O encaixe nos Hornets é extremamente viável, pois Devonte' Graham e P.J. Washington complementam o calouro muito bem. A equipe de Charlotte sofreu nesta temporada com a ausência de um pivô que suprisse as necessidades da equipe. Mesmo que precise de jogadores para diversas posições a de pivô é, com certeza, a maior necessidade.

#4 - Chicago Bulls: LaMelo Ball (PG)

Possivelmente o jogador mais comentando de todo o Draft. LaMelo Ball é irmão de Lonzo Ball e decidiu jogar sua última temporada antes da NBA na Austrália, mais precisamente no Illawarra Hawks, onde obteve médias de 17 pontos, 7.6 rebotes e 6.8 assistências em menos de 15 jogos.

Assim como o seu irmão, suas qualidades estão concentradas na visão de jogo e na capacidade de ser um criador de jogadas, tanto gerando arremessos quanto encontrando outro jogador livre; seu diferencial mesmo é a estatura mais alta do que o habitual para um armador, o que pode transforma-lo num bom defensor.  Entretanto, o que mais preocupa são as tomadas de decisões, que muitas vezes comprometem diversas posses de bola e até mesmo partidas; sem falar do comportamento e da mídia em torno dele e da família Ball, algo que pode ser um preço para quem o recrutar.

O encaixe no Chicago Bulls seria interessante, principalmente jogando ao lado de Zach LaVine, podendo formar uma boa dupla. Ao chegar numa equipe de tanta tradição quanto o Chicago Bulls, Ball talvez não tente criar problemas ou tenha crises de estrelismo, o que poderia acontecer caso fosse para um Timberwolves ou Hornets.
 

#5 - Cleveland Cavaliers: Deni Avdija (SF)

Um dos prospectos mais chamativos do Draft é o israelense Deni Avdija. Apesar de não ter tido muito tempo de quadra, apenas 14.3 minutos, e ter jogado contra adversários mais velhos, obteve médias de quatro pontos, 2.6 rebotes e 1.4 assistência.

Avdija é um jogador bastante completo, principalmente por ser um bom criador de jogadas e um jogador com muita inteligência; consegue ser eficiente nos dois lados da quadra, graças ao seu físico e altura, que o ajudam a ser um defensor eficiente e um atacante com repertório. Os pontos negativos ficam mais por conta dos arremessos e da velocidade. Ao enfrentar um defensor eficiente, é bem possível que Avdija tenha muitas dificuldades.

O israelense tem um bom encaixe nos Cavaliers, muito por conta dos armadores mais baixos da equipe, Collin Sexton e Darius Garland. Conseguiria ter um bom impacto defensivo e ofensivo, visto que a equipe de Cleveland teve a segunda pior campanha da liga e, também, uma das piores eficiências defensiva e ofensiva da liga. A chegada de Avdija pode impactar de imediato os Cavs.

#6 - Atlanta Hawks: Tyrese Haliburton (PG/SG)

Um dos principais guards desse Draft com certeza é Tyrese Haliburton. Jogou na temporada passada por Iowa State e teve médias de 15.2 pontos, 5.9 rebotes e 6.5 assistências, com mais de 50.4% de aproveitamento em quadra.

Haliburton chama atenção por ser um jogador que trabalha bem com o pick and roll e consegue jogar com ou sem a bola, apesar de que sua principal qualidade é a criação de jogadas; defensivamente consegue ser eficiente e roubar bastante bolas, e é um grande perigo em contra ataques. Por outro lado, suas capacidades atléticas são questionáveis, considerado magro demais; os seus arremessos também não são confiáveis, pois possui uma mecânica que desagrada muitos, e tem dificuldade de arremessar após um drible.

Por se tratar de um jogador com ótima visão de quadra, bom aproveitamento de bolas de três e que não precisa da bola para ter sucesso, seu encaixe com Trae Young pode ser bem interessante. Enquanto o camisa 11 gosta de reter a bola por muito tempo e tentar arremessos mais complicados, Haliburton pode ser um desafogo para Young, tanto no ataque quanto na defesa.

#7 - Detroit Pistons: Patrick Williams (SF/PF)

Natural de Charlotte, North Carolina, Patrick Williams é um combo forward (ala/ala-pivô) que jogou na temporada passada por Florida State. Em 29 jogos, foram 9.2 pontos, quatro rebotes e uma assistência de médias.

Seu principal aspecto é o defensivo, onde usa todo o seu atleticismo para garantir presença no garrafão com tocos e roubadas de bolas; no ataque, consegue atacar a cesta como também criar o seu próprio arremesso. Mas ainda possui problemas de marcação, lidando melhor numa zona do que homem a homem; e precisa melhorar os arremessos de três, caso queira chegar longe na liga.

Em Detroit, ele poderá ser um jogador bem funcional e versátil, conseguindo atuar em até três posições no ataque e garantindo eficiência na defesa também. O encaixe com Blake Griffin pode ser produtivo, com o ex-Clippers armando algumas jogadas em quanto Williams infiltra e pontua. Patrick Williams seria um jogador que melhoraria as eficiências ofensivas e defensivas, além de poder evoluir muito com o passar do tempo.

#8 - New York Knicks: Killian Hayes (PG/SG)

Para muitos, o melhor armador dessa classe de 2020. O jovem francês Killian Hayes é canhoto e profissional no basquete desde 2017, ainda na França. Na temporada passada, ele obteve médias de 12.8 pontos, 6.2 assistências e 2.3 rebotes, com aproveitamento de 45.5% em dez jogos.

Assim como um bom point guard, Hayes lida muito bem com marcações um contra um, além de conseguir criar seus arremessos com facilidade, muitas vezes utilizando um step-back a lá James Harden; sua média de seis assistências resumem também sua qualidade como passador, ou seja, quando não arremessa, é bem possível que ache outro companheiro com facilidade. Entretanto, tem dificuldades de utilizar sua mão direita, algo que é importante para os canhotos; seus arremessos de longa distância também não são seu ponto forte.

Killian Hayes poderá até assumir um papel importante, caso seja escolhido pelos Knicks. A equipe de Nova York precisa de um grande criador de jogadas, seja para criar seus arremessos ou acionar outros jogadores, como Julius Randle e R.J. Barrett, os quais se encaixam bem com Hayes. Além disso, caso o Knicks não o enxergue como o principal do time, ele pode ser secundário ou até liderar os reservas em campo.

#9 - Washington Wizards: Isaac Okoro (SF)

Um dos melhores defensores de perímetro do Draft. O calouro de Auburn garantiu médias de 12.9 pontos, 4.4 rebotes e duas assistências em seus 28 jogos. Além disso, Isaac Okoro teve um aproveitamento de 51.4% dos arremessos de quadra.

Seu grande diferencial é a defesa, tendo capacidade de defender as posições de 1 a 4 sem problemas; é um jogador que mostra perigo ao se infiltrar entre as defesas, e graças à sua força física, consegue vencer muitos adversários no mano a mano. Seus defeitos, porém, estão nos arremessos, onde tem dificuldades de criar arremessos após o drible; em sua temporada no College, obteve apenas 28.6% nas bolas de três.

Seu encaixe nos Wizards seria ótimo, pois a equipe da capital conta com dois armadores altamente ofensivos, John Wall e Bradley Beal, e ele seria um desafogo defensivo para os dois. Okoro também não seria obrigado a arremessar com frequência, estará mais focado em "fazer o trabalho sujo" de defesa para Wall e Beal.

#10 - Phoenix Suns: Obi Toppin (PF/C)

O jogador mais pronto de todo o Draft é, sem dúvidas, Obi Toppin. Aos 22 anos de idade, Obi Toppin chega para NBA pronto para jogar e tem como currículo os 20 pontos, os 7.5 rebotes e 2.2 assistências de média, em Dayton. Além de um aproveitamento de 63.3% de quadra, incluindo 39% de bolas de três.

Obi Toppin é um jogador versátil e agressivo, podendo participar da construção de jogadas, arremessar de longa distância e finalizar com uma enterrada; tem facilidade de navegar pelas marcações e encontrar espaços para atacar a cesta ou tentar um arremesso mais longo, além de ser mortal em contra ataques. Por outro lado, é um jogador com um teto baixo, é bem provável que não evolua tanto; não tem o melhor atleticismo, muitas vezes deixando a desejar em marcações; e apesar da alta porcentagem nas bolas de três, tem poucas tentativas.

Obi Toppin é um jogador que se encaixaria em várias equipes, mas a sua contribuição será mais efetiva ao redor de jogadores como Devin Booker e Deandre Ayton. Apesar de certas características serem similares as de Ayton, o calouro poderá ser útil para espaçar a defesa e diminuir a atenção nos dois principais jogadores. Toppin chegaria para dar força a uma equipe que precisa de resultados e de competividade na Conferência Oeste.

#11 - San Antonio Spurs: Devin Vassell (SG/SF)

O principal jogador que arremata bolas de três e defende com eficiência, o 3 and D. Devin Vassell jogou na última temporada por Florida State, lugar onde obteve médias de 12.7 pontos, 5.1 rebotes e 1.6 assistência. O maior destaque é a porcentagem da bola de três: 41.3%.

Vassell é um ótimo arremessador, conseguindo se destacar em vários cenários: catch and shoot, depois do drible e até bem contestado; na defesa, ele se destaca ainda mais, com a possibilidade de defender diversas posições com grande versatilidade e encarar jogadores no um contra um. Porém, ainda precisa evoluir suas trocas defensivas, para que não deixe algum jogador livre ou demore demais para chegar no adversário; além disso, é preciso melhorar o físico, caso queira bater de frente com os jogadores profissionais.

O encaixe nos Spurs seria bom para os próprios armadores da equipe, Murray e White, que podem se preocupar menos com a defesa. Sendo uma grande ameaça de perímetro, Vassell espaçará a quadra abrindo mais espaço para as penetrações de DeRozan. Outro bom motivo para a vinda de Vassell é o bom trabalho de Gregg Popovich com jogadores 3 and D, assim como Danny Green na época de Spurs.

#12 - Sacramento Kings: Saddiq Bey (SF/PF)

Um dos melhores combo forwards de todo o Draft. Com mais de dois metros de altura, Saddiq Bey jogou 31 jogos na temporada passada por Villanova, conseguindo médias de 16.1 pontos, 4.7 rebotes e 2.4 assistências. Além disso, foram 45.1% de bolas de três.

Uma das principais características de Bey é a sua capacidade ofensiva, sendo um jogador com um alto QI de basquete e bem efetivo nos arremessos de quadra; consegue se desenvolver bem como um segundo criador de jogadas e o seu tamanho garante certa estabilidade defensiva, tem potencial de virar um 3 and D. Mas ainda enfrenta dificuldades em defender corta luzes e contra ataques, precisando melhorar as rotações e o trabalho defensivo em conjunto.

Nos Kings, ele poderia se encaixar com De'Aaron Fox e ajuda-lo nas construções de jogadas de ataque e dividir o trabalho de garrafão com Harrison Barnes. Ao trazer Saddiq Bey, os Kings conseguem fechar o problema das alas com um jogador que, da maneira certa, pode contribuir defensivamente e, sem dúvidas, ofensivamente.

#13 - New Orleans Pelicans: Aaron Nesmith (SG/SF)

Outro jogador com a possibilidade de se transformar em um 3 and D na NBA. Aaron Nesmith é natural de Charleston, mas fez sua temporada no College por Vanderbilt, onde obteve médias de 23 pontos, 4.9 rebotes e 0.9 assistência. Além disso, conseguiu mais de 50% de aproveitamento nas bolas de três.

Nesmith tem como destaque a sua habilidade de chutar de três em qualquer situação, seja de drible, catch and shoot ou contestado; consegue ser um bom defensor coletivo, mostrando o porquê de ser considerado um futuro 3 and D. Seus pontos negativos estão voltados para o atleticismo, onde sofre problemas em agilidade lateral e primeiro passo, além de ser um jogador que precisa receber a bola, não é o forte dele criar o próprio arremesso.

Em New Orleans, ele poderá ser importante no espaçamento de quadra, tendo a possibilidade de abrir mais caminhos para as penetrações de Lonzo Ball e Zion Williamson. Ele ainda pode jogar ao lado de J.J. Redick, transformando os Pelicans em um time fatal do perímetro. Seria interessante os Pelicans priorizarem um possível 3 and D do que um jogador de garrafão para Zion fazer dupla, dado que um 3 and D é mais raro de se encontrar e o encaixe nesse time é favorável.

#14 - Boston Celtics: Kira Lewis Jr. (PG/SG)

Um dos armadores que mais chamam atenção no Draft é Kira Lewis Jr. Em Alabama, o jovem obteve médias de 18.5 pontos, 4.8 rebotes e 5.2 assistências, com um aproveitamento de quadra superior a 45%, enquanto o aproveitamento das bolas de três superior a 36%.

Uma das principais características de Lewis Jr. é a sua velocidade, tanto para conseguir coordenar o time num contra-ataque quanto para atacar o garrafão; consegue criar bastante oportunidades a partir do trabalho de um pivô, que abre espaços para penetração ou liberdade para arremessar de três. Seus defeitos estão ligados ao físico, comum entre alguns armadores jovens; provavelmente, Lewis Jr. será um alvo para as outras equipes atacarem.

Nos Celtics, ele poderia ser uma aquisição interessante vindo do banco, conseguindo manter o ritmo do primeiro time e sendo referência para o segundo time. A necessidade de um armador cresce para a equipe de Boston quando se vê que o contestado Brad Wanamaker é o substituto imediato de Kemba Walker. Kira Lewis Jr. é uma aposta mais segura do que outros armadores do Draft, e será um projeto para o futuro.

#15 - Orlando Magic: Cole Anthony (PG/SG)

Um dos jogadores que mais podem vingar futuramente desse Draft. O armador de North Carolina conseguiu médias de 18.5 pontos, 5.7 rebotes e quatro assistências em 22 jogos. Seu aproveitamento é de 38% nos arremessos de quadra.

O que define Anthony como um prospecto de primeira rodada é a sua capacidade ofensiva de marcar muitos pontos de arremessos difíceis, as vezes bem desequilibrado; no College, chamou atenção por ser bem ativo no jogo e conseguir garantir vitórias para sua universidade. Entretanto, Cole Anthony é um jogador que faz mais pontos por volume, basta olhar seu baixo aproveitamento dos arremessos; na NBA, será difícil algum time conseguir dar toda liberdade pra ele arremessar frequentemente.

Mas se tem um time que pode arriscar nisso, é o Orlando Magic. A primeira escolha de 2017, Markelle Fultz, não conseguiu desempenhar em alto nível, tanto nos 76ers quanto no Magic. Portanto, Cole Anthony seria o substituto de Fultz, e o Magic poderia dar liberdade para ele ter mais volume de arremessos e melhorar o vigésimo terceiro ataque em eficiência. Além disso, com Anthony, o Magic tiraria a sobrecarga que Vucevic e Gordon tem atualmente.

#16 - Houston Rockets: Precious Achiuwa (PF/C)

Um dos bons defensores dessa classe de 2020. Precious Achiuwa é natural de Nova York, mas jogou por Memphis e anotou médias de 15.8 pontos, 10.8 rebotes e uma assistência, com um aproveitamento de 49.3% dos arremessos.

Uma de suas armas mais importantes no jogo é a mobilidade, pois consegue passar por marcações e atacar o garrafão com facilidade; é um jogador alto, mas tem velocidade lateral, o que faz dele uma ameaça quando ataca e defende; um dos grandes atributos é a sua defesa, que consegue combater várias posições, sempre dando tocos ou roubando bolas. Mesmo assim, ainda não tem o melhor arremesso e tem problemas com as tomadas de decisões.

O encaixe de Achiuwa nos Rockets é pela mais pura necessidade. A equipe de Houston não tem pivôs, dado que na última temporada eles assumiram um small ball mais extremo. Agora com a saída de Mike D'Antoni e do General Manager Daryl Morey, os Rockets devem voltar a usar jogadores mais altos, e Precious Achiuwa não é apenas alto como também versátil.

#17 - Minnesota Timberwolves: Josh Green (SG/SF)

Um dos possíveis protótipos de 3 and D desse Draft. Josh Green é australiano, mas, no College, jogou por Arizona. Green conseguiu médias de 12 pontos, 4.6 rebotes e 2.6 assistências, com mais de 40% dos arremessos de quadra de aproveitamento.

A grande vantagem que Josh Green oferece é a defesa, principalmente se tratando de defesa para impedir penetrações ou jogadas no poste; além disso, Green tem a possibilidade de ser uma solução para o ataque com suas bolas de três. Porém, os mais de 30% de aproveitamento em bolas longas podem cair bastante num cenário de NBA; também, tem problemas em atacar o aro e finalizar a jogada perto da cesta.

Sua contribuição para os Timberwolves seria na defesa, e pode ser um encaixe com D'Angelo Russell e, possivelmente, Anthony Edwards. A equipe de Minnesota sofreu na defesa na temporada passada, e Green pode ser um dos jogadores para aliviar a situação. Além disso, o jogador pode espaçar a quadra no ataque, caso ele tenha boa eficiência de arremessos na liga profissional.

#18 - Dallas Mavericks: Tyrese Maxey (PG/SG)

Um dos armadores que mais gostam desse Draft é Tyrese Maxey. Natural de Garland, Texas, Maxey jogou na renomada Kentucky e conseguiu médias de 14 pontos, 4.3 rebotes e 3.2 assistências, com mais de 40% dos arremessos de quadra.

E o grande potencial de Maxey é sua ofensividade. Ele é um pontuador nato, que consegue se dividir entre penetrações para bandejas e bolas de três depois do drible; tem a capacidade de jogar com e sem a bola, além de ser um defensor consistente no um contra um. Porém, muitas de suas jogadas na universidade foram em contra ataques e seu jogo de meia quadra não é tão forte; apesar de ser bom no um contra um, ainda possui problemas na defesa mais próxima do garrafão.

Jogando no Dallas Mavericks, Tyrese Maxey poderia ajudar Luka Doncic - que praticamente monopoliza a bola no ataque muitas vezes -, espaçando a quadra e servindo como alívio quando o esloveno tiver em marcação dupla. Maxey pode fazer, também, a função de Doncic como sexto homem, liderando a segunda unidade.

#19 - Brooklyn Nets: Desmond Bane (SG/SF)

Um dos nomes que os torcedores mais gostam nesse Draft é Desmond Bane. O ala-armador/ala de TCU conseguiu médias de 16.6 pontos, 6.3 rebotes e 3.9 assistências, com um aproveitamento de 45.2% dos arremessos de quadra e 44.2% dos arremessos de três pontos.

Pela porcentagem de arremessos de três, é nítido o potencial que Bane tem para conseguir três pontos; consegue arremessar parado, depois do drible e bem contestado, tanto em longa distância quanto em média distância; seu físico o ajuda a conseguir ser eficiente na defesa em equipe e em rotações. Por outro lado, Bane ainda não é um bom criador de jogadas, possuindo dificuldades com o controle da bola e para criar seu arremesso; além disso, não é um grande defensor, o que tira a possibilidade de ser um 3 and D por enquanto.

A possibilidade de jogar nos Nets é boa para Bane, porque, dependendo do seu rendimento, consegue ser até titular. O calouro poderá ser importante para melhorar o aproveitamento nas bolas de três da equipe - vigésimo sexto da liga -, além de complementar as estrelas Kevin Durant e Kyrie Irving, que adoram a bola na mão, enquanto Bane não precisa tanto. A escolha servirá para preencher a lacuna que falta na equipe, mas caso não consiga ser produtivo inicialmente, é uma boa peça para o segundo time.

#20 - Miami Heat: Jalen Smith (PF/C)

Um dos principais pivôs desse Draft é Jalen Smith. O jogador de Maryland anotou médias de 15.5 pontos, 10.5 rebotes e 0.8 assistência, com aproveitamentos de 53.8%, de quadra, e de 36.8%, de bolas de três.

Uma das principais habilidades de Jalen Smith é no espaçamento de quadra, pois sua precisão nos arremessos de média e longa distância podem ser cruciais numa partida; além do mais, sua capacidade de ser um bom defensor é o que chama mais atenção, podendo marcar alas e outros pivôs também. Seus problemas, porém, estão ligados a maneira de se jogar na NBA, como muitos contra ataques e jogadas de pegar e arremessar, os quais ele ainda não possui tanto proeza.

Caindo na vigésima escolha para o Miami Heat, Jalen Smith poderia ser importante na rotação do time ou até mesmo entre os titulares, assumindo o papel que Jae Crowder fez nos playoffs. Sua capacidade de espaçar a quadra pode ser importante para abrir espaços para Jimmy Butler. Miami poderia até selecionar um armador, mas a provável permanência de Dragic e as evoluções de Tyler Herro e Kendrick Nunn são esperançosas.

#21 - Philadelphia 76ers: R.J. Hampton (SG)

O jogador vindo da NBL, da Austrália, é um dos prospectos interessantes desse Draft. Hampton conseguiu médias de 8.8 pontos, 3.9 rebotes e 2.4 assistências, com um aproveitamento de 40.7% nos arremessos de quadra em 15 partidas disputadas.

R.J. Hampton é mortal nos contra ataques, principalmente se ele tiver a bola em suas mãos, mas nem sempre é necessário; é um jogador que servirá tanto para espaçar a quadra quanto para criar seu próprio arremesso. Contudo, não é um jogador que se provou tanto assim, pois sua última temporada na Austrália não foi tão produtiva numericamente; não é um grande defensor, apesar de conseguir se virar, mas não é um 3 and D por enquanto.

O encaixe em Philadelphia poderia ser interessante para melhorar a precisão nas bolas de três da equipe, as quais tiveram dificuldade de cair nos playoffs. O encaixe com Simmons pode ser interessante, visto que o armador é um bom defensor e ataca bem o aro, enquanto Hampton pode criar arremessos e acertas bolas de três. 

#22 - Denver Nuggets: Tyler Bey (SF/PF)

Um dos jogadores mais intrigantes desse Draft é Tyler Bey. O jovem jogador de Colorado jogou três temporadas por lá, e na última conseguiu médias de 13.8 pontos, 9 rebotes e 1.5 assistência. Seu aproveitamento de quadra é de 53%, enquanto o da bola de três é 41.9%.

Tyler Bey destaca-se mais pela sua capacidade defensiva, sendo um grande reboteiro e conseguindo dar tocos também; consegue se destacar em até três posições, graças ao seu atleticismo; ainda, consegue ser perigoso nas bolas de três e espaçando a quadra. Todavia, ele precisa evoluir com suas habilidades com a bola, além de precisar evoluir seu jogo de defesa para um outro nível, caso queira se manter em alto nível defensivo.

No Denver Nuggets, Bey poderia ser um bom complemento para Jokic, cobrindo os problemas defensivos do pivô e como opção para passes. Bey também não precisa jogar com a bola em suas mãos, portanto Jamal Murray e Jokic poderiam continuar com a posse, enquanto Bey espaça a quadra e serve de alternativa.

#23 - New York Knicks: Aleksej Pokusevski (PF/C)

Um dos pivôs que podem surpreender na NBA é o sérvio Aleksej Pokusevski. O jogador mais jovem da história do Olympiakos obteve médias de 9.9 pontos, 7.3 rebotes e 2.8 assistências, com um aproveitamento de 44.9% dos arremessos de quadra e 32.1% das bolas de três.

Um dos seus maiores destaques é a grande capacidade que o jogador tem de defender no garrafão com agilidade; além das contribuições defensivas, Pokusevski pode ser uma ameaça no ataque, com qualidade no passe e uma ameaça nas bolas de três. Suas desvantagens estão ligadas ao atleticismo, como movimentação lateral e força física, o que pode impactar seu rendimento numa NBA bem competitiva.

Nos Knicks, Pokusevski entraria para contribuir ativamente na defesa, mas a sua capacidade de espaçar a quadra será fundamental para a equipe também. Podendo jogar na posição 5, o calouro se encaixaria com Julius Randle, que teria espaços maiores devido ao espaçamento. Aleksej Pokusevski poderá ser importante nas duas metades da quadra e elevar o nível dos Knicks.

#24 - New Orleans Pelicans: Elijah Hughes (SF)

Um dos possíveis talentos escondidos do Draft é Elijah Hughes. Em sua temporada em Syracuse Orange, o ala anotou médias de 19 pontos, 4.9 rebotes e 3.4 assistências, com um aproveitamento de 42.6% dos arremessos de quadra.

Hughes tem facilidade em conseguir pontuar, sendo um importante jogador de perímetro como também atacando o garrafão; é um jogador com habilidades defensivas também, que podem lhe transformar em um 3 and D. Por outro lado, ele possui dificuldades em jogar com corta-luzes, além de o passe não ser sua principal habilidade; também, tem dificuldades de marcar pontos em defensores melhores, o que pode ser fatal na NBA.

Nos Pelicans, Hughes poderia fazer parte da rotação e pontuar em pouco tempo. Suas características batem um pouco com as de Brandon Ingram, mas Hughes entraria justamente no lugar do M.I.P. da última temporada. Com as chegadas de dois armadores vindos dos Bucks e com a primeira pick sendo direcionada para um arremessador, um ala reserva seria a melhor opção, enquanto o pivô poderia ser escolhido mais para frente.

#25 - Oklahoma City Thunder: Tyrell Terry (SG/SF)

Um dos jogadores mais promissores desse Draft é Tyrell Terry. Aluno de Stanford, ele conseguiu médias de 14.6 pontos, 4.5 rebotes e 3.2 assistências, com um aproveitamento de 44.1% nos arremessos de quadra.

Terry é considerado um jogador inteligente, com grande capacidade de criar o seu próprio arremesso ou servir o melhor companheiro; é eficaz nas bolas de três - mais de 40% - e atacando aro, com um QI de basquete alto. Mesmo assim, ainda se tem muitas dúvidas quanto ao seu desempenho contra bons defensores na NBA, pois o seu pacote de dribles não é tão bom; além disso, pode não ser um dos melhores defensores.

A equipe de Oklahoma vive uma reformulação atualmente, e nada melhor do que melhorar o elenco com um dos melhores arremessadores de três do Draft. Terry possivelmente não será titular na equipe, mas poderá ser de grande valia vindo do banco. O calouro pode ser útil em rotações também, jogando ao lado de Shai Gilgeous-Alexander e de Rubio.

#26 - Boston Celtics: Jaden McDaniels (PF)

Um dos mais subestimados prospectos desse Draft. Jaden McDaniels é natural de Seattle, mas fez faculdade em Washington, onde conseguiu médias de 13 pontos, 5.8 rebotes e 2.1 assistências. Seu aproveitamento dos arremessos de quadra foi de 40.5%, enquanto os de três foi de 33.9%.

Sua principal contribuição será ofensiva, pois com sua altura elevada, ele ainda consegue ter um bom controle de bola e um arsenal de dribles, finalizando com um arremesso por cima do marcador; na defesa, prova-se um defensor aceitável. Contudo, ele ainda é jogador com pouca força física, possui problemas em finalizar perto do aro e pouca explosão atlética.

Apesar de muitos jogadores jovens conseguirem atuar na posição de ala-pivô nos Celtics, McDaniels conseguiria trazer algo diferente dos jogadores do elenco, com características parecidas com Jayson Tatum. Ele pode servir para ajudar a equipe na rotação, e, também, para se desenvolver com o tempo, um dos trabalhos que Brad Stevens consegue fazer muito bem.

#27 - Utah Jazz: Malachi Flynn (PG/SG)

Um dos armadores escondidos desse Draft é Malachi Flynn. Em sua última temporada no College, em San Diego State, anotou médias de 17.6 pontos, 4.5 rebotes e 5.1 assistências. Seu aproveitamento dos arremessos de quadra foi de 44.1%, enquanto o de três foi 37.3%.

Flynn tem como uma de suas principais armas o jogo de pick and roll, sabendo a hora certa de realizar um passe certo ou arremessar; consegue ser uma ameaça no perímetro, além de conseguir conduzir a bola com segurança e agilidade. Porém, o seu físico e altura impedem que outras equipes olhem para Flynn como um prospecto alto; apesar do empenho defensivo, os adversários podem procurá-lo em missmatches.

Seu encaixe no Utah Jazz seria importante na rotação. Flynn tem capacidade de comandar a segunda unidade, e se jogar ao lado de um armador mais defensivo, melhor ainda. Sua capacidade de jogar com ou sem a bola será importante até mesmo para o time titular, onde ele poderá ser peça importante no arsenal de Quin Snyder.

#28 - Oklahoma City Thunder: Théo Maledon (PG/SG)

Um dos armadores mais subestimados do Draft. Théo Maledon é outro armador francês desse Draft, que também começou sua carreira profissional em 2017, mas com números nem tão atrativos. Na última temporada, obteve 7.4 pontos, 3.1 assistências e 1.8 rebote de média.

Sua grande contribuição é ofensiva, podendo ser um grande jogador de pick and roll, tanto aproveitando os espaços quanto servindo algum passe; ótima visão de quadra, e consegue colocar seus companheiros em melhores condições. Por outro lado, possui dificuldades na defesa; o físico também é um empecilho para qualquer sucesso imediato na liga.

Maledon chegaria como um prospecto para ser desenvolvido com o tempo. Agora com Ricky Rubio em Oklahoma, a posição de armador titular já está preenchida, mas Maledon cairia bem na rotação da equipe e como um projeto para se desenvolver ainda mais.

#29 - Toronto Raptors: Nico Mannion (PG)

Um dos prospectos mais subestimados desse Draft é Nico Mannion. O italiano, que jogou em Arizona, conseguiu anotar médias de 14 pontos, 2.5 rebotes e 5.3 assistências, com um aproveitamento de 39.2% dos arremessos totais e 32.7% dos arremessos de três.

A grande vantagem de Nico Mannion é sua capacidade de servir passes para os seus companheiros, com grande controle de bola e capacidade de driblar apurada; um jogador que consegue vencer os duelos individuais e atacar o garrafão, sem cometer tantos turnovers. Por outro lado, ele possui dificuldade em arremessar em movimento, o que ocasiona em diversos erros; também não possui um grande físico, e isso compromete o seu nível no Draft.

Um caminho bom para Mannion seria os Raptors, que provavelmente podem ver Fred VanVleet saindo da equipe e Kyle Lowry perto do fim da carreira. Mannion será um projeto para o futuro, mas entraria com regularidade, como um sexto homem. Ao lado de Nick Nurse, seu jogo poderá evoluir e a titularidade será inevitável.
  

#30 - Boston Celtics: Leandro Bolmaro (SG/SF)

Apesar de ser argentino, o ala-armador/ala fez sua carreira no Barcelona, onde jogou por duas temporadas. No total, conseguiu médias de 3.1 pontos, 0.9 rebote e 1.7 assistência, com 32.5% de aproveitamento nos arremessos de quadra.

Apesar dos números não serem tão favoráveis, Bolmaro tem habilidades que podem ser úteis na NBA, principalmente sobre sua defesa; trata-se de um jogador alto para a posição, mas que consegue defender até armadores mais baixos, sempre com intensidade; também é um jogador que pode ser o criador de jogadas do time, com capacidade de penetrar no garrafão com facilidade. Entretanto, Bolmaro pode ser agressivo demais e cometer muitas faltas; e as suas bolas de três precisam melhorar também.

Bolmaro mostra ser um jogador promissor e o seu ímpeto defensivo pode ser trabalhado ainda mais com Brad Stevens. O calouro pode aprimorar as habilidades e ser um substituto de Marcus Smart na rotação. Além disso, Bolmaro terá tempo para desenvolver melhor nas bolas de três, visto que não será utilizado tanto por Stevens, e os Celtics poderão produzir outro talento para o futuro.

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