A chegada do português Abel Ferreira marca mais um caso de técnicos estrangeiros chegando para modernizar o futebol brasileiro.
Divulgação/Twitter SE Palmeiras |
Nesta última sexta-feira, o Palmeiras oficializou a contratação do técnico português Abel Ferreira, que comandava o PAOK, da Grécia. Abel tornou-se o oitavo técnico europeu a comandar o alviverde paulista, sendo o primeiro português da história. Depois de muitas consultas por outros treinadores, o Palmeiras finalmente encontrou o seu treinador.
Após uma sequência de derrotas e má apresentações, tanto a torcida quanto o presidente não tiveram mais paciência com o vitorioso treinador Vanderlei Luxemburgo, que deixou o cargo após a derrota contra o Coritiba. Mesmo com vitórias animadoras, agora com o comando de Andrey Lopes, o Palmeiras decidiu contar com um novo comandante.
O nome pode ser desconhecido, mas a filosofia que a equipe paulista tanto procurava foi encontrada. Os sucessos recentes dentro do futebol brasileiro são um dos grandes motivadores a buscar uma mudança, ninguém quer ficar para trás. Jorge Jesus chegou como se não quisesse nada, e acabou levando tudo; Jorge Sampaoli vinha de frustrações na Europa e na Seleção Argentina, mas por aqui levou o Santos para um surpreendente vice-campeonato no Brasileirão 2019. E eles compartilhavam não só um futebol ofensivo como lema, mas também o fato de serem estrangeiros.
Já se foi o tempo daquela crença: "técnicos estrangeiros não dão certo no Brasil". O sucesso, principalmente de Jorge Jesus, movimenta todo um mercado nacional em busca de treinadores capazes de jogar num estilo amplamente aceito e até invejado. Essa é a pedida atual do futebol. E será difícil convencer alguém do contrário.
Surpreendentemente ou não, o Internacional, de Eduardo Coudet, o Flamengo, de Domènec Torrent, e o Atlético Mineiro, de Jorge Sampaoli, estão liderando o Brasileirão 2020. As equipes que entenderem as necessidades atuais do mercado e resolverem modernizar-se primeiro, conseguirão sair na frente das demais. Mas nunca é tarde para buscar novas alternativas, e foi exatamente o que o Palmeiras fez.
Depois de uma sequência de treinadores da velha guarda: Luiz Felipe Scolari, Mano Menezes e Vanderlei Luxemburgo, o Palmeiras troca experiência e nome por modernidade e filosofia. Não se trata apenas de uma chance ao futebol ofensivo, é sobre abraçar novas táticas e métodos, algo que ficou pra trás por um bom tempo, no Brasil. Quando o Audax, de Fernando Diniz, surgiu com suas arriscadas trocas de passes na defesa e um comportamento diferente do habitual para uma equipe pequena, virou assunto por meses.
A modernização do futebol brasileiro não é mais uma simples discussão entre "jogar bonito, e perder ou jogar feio, e ganhar", trata-se sobre a própria relevância do esporte e do futuro da nossa seleção. Afinal, os jogadores da amarelinha podem até jogar na Europa, mas, em sua maioria, são formados aqui. O Santos, ao buscar solução com Sampaoli, pode ter sido o pioneiro numa modernização, mas o sucesso de Jorge Jesus, tanto na maneira de jogar quanto nos títulos, foi a abertura dos olhos de muitos dirigentes Brasil afora.
A tendência dos próximos meses é de muitas equipes acompanharem o bom momento e aderirem à profissionais estrangeiros modernos, se o sucesso dos gringos daqui continuar. E com o tempo, é bem provável que nossos treinadores se tornem cada vez mais promissores, assim como os treinadores argentinos tiveram a influência de Marcelo Bielsa e como os técnicos brasileiros dos anos 40 e 50, que tiveram grandes ensinamentos com os talentosos húngaros da época.
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