O técnico português, com o seu histórico de vencedor, vem mudando a mentalidade de uma equipe que não vence título há muito tempo.
Reprodução/Site Oficial do Tottenham |
O futebol é um dos esportes mais globalizados que existe, aonde quer você vá encontrará uma equipe grande da principal cidade do país. Na Inglaterra, em sua tão badalada capital Londres, o número de equipes grandes é alto: metade do Big Six, ou seja, Chelsea, Arsenal e Tottenham. Dentre essas equipes, o Chelsea é um dos que mais cresceram neste século, assumindo o posto de um dos grandes do futebol inglês; o Arsenal, apesar de não ter conquistado a Europa, é uma equipe dominante no cenário nacional; o Tottenham, por outro lado, vive às sombras de conquistas do passado pouco significativas.
Com isso, o maior desejo dos Spurs é chegar num nível histórico equivalente ao de seus rivais de cidade, e para isso precisará acabar com uma longa seca de títulos, que perdura há quase 13 anos. Para isso, a equipe do norte de Londres contratou José Mourinho no finalzinho do ano passado, para que, justamente, essa ânsia por títulos seja ainda mais forte. Em sua primeira temporada desde o início, o português está conseguindo colocar os Spurs nas primeiras colocações da tabela e enchendo o torcedor de esperanças.
Mas todo esse começo empolgante veio através de muito suor, após uma primeira temporada como treinador bastante exaustiva; assumindo a equipe numa crise, lidando com a mídia e com todos os imbróglios da pandemia. Foram 35 partidas disputadas na temporada 2019/20, sendo 16 vitórias, oito empates e 11 derrotas, o que garantiu a 6ª colocação na Premier League.
O técnico português só obteve essa oportunidade após a demissão de Mauricio Pochettino, que estava no cargo desde 2014, e a havia recolocado o Tottenham Hotspur de volta às cabeças na Inglaterra e na Europa. A verdade é que Pochettino viera como uma aposta, pois o Tottenham, depois das saídas de Gareth Bale e Luka Modric, perdeu força e trouxera o jovem treinador como uma aposta de reformulação. Porém, a performance da equipe superou as expectativas, e em pouco tempo, o Tottenham retomou as atenções que haviam sido perdidas. Entre as principais façanhas, estão os vice-campeonatos da Premier League e da Uefa Champions League em 2016/17 e 2018/19, respectivamente.
Mas mesmo com tanto sucesso, a principal característica de Pochettino era conseguir ser competitivo com pouco. A equipe foi impedida de contratar jogadores em duas janelas de transferências, e justamente no ano em que a equipe inglesa chegou à final da Liga dos Campeões. Após a punição, a equipe abriu o bolso para reforçar o elenco, mas o resultado não foi satisfatório, com direito à goleada de 7 em seu novo estádio. Portanto, a imagem do técnico argentino estava muito associada à renovação e à mudança, não à continuidade ou, aquilo que mais importa, títulos.
E é nesse contexto, de encaixar a equipe num novo patamar, que entra a figura de José Mourinho. O técnico português é um dos mais vitoriosos treinadores da atualidade - quiçá da história -, além de ser uma figura muito forte e impactante aonde quer que vá. Sua proeza de ter vencido títulos por todos os times - e em todas as passagens - que dirigiu, superou a narrativa de uma possível "decadência" que todos falavam em seu tempo de Manchester United. O documentário do Amazon Prime Video, "All or Nothing", sobre o Tottenham, é pontual em mostrar como a presença de Mourinho impacta e de como a esperança nele é de taças.
De longe, a principal conexão entre José Mourinho e Tottenham Hotspur é em suas diferenças: um treinador vitorioso e uma equipe que não vence títulos. Mesmo com a diferença, o objetivo de ambos não foge de ganhar títulos e tornar a equipe ainda mais relevante, não só para marcar seus nomes na história como também para aproveitar o talento de jogadores incríveis, como Harry Kane, Heung-Min Son e Toby Alderweireld.
Atualmente, a equipe do Tottenham se encontra mais completa do que nunca, com diversos jogadores para todas as posições e sem ter gastado muito. Um time que vem ganhando cada vez mais confiança e se adequando ainda mais ao estilo de Mourinho. Apesar de estar no início de temporada, o trabalho do técnico português ultrapassa as quatro linhas e modifica todo o cenário de uma organização, que estava tão acostumada a ser uma zebra ou surpresa, que agora quer participar da briga como um dos grandes.
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