Surgem cada vez mais jogadores com um preparo físico invejável, o que aumenta muito o rendimento deles e da equipe.
Reprodução/Lakers Daily |
Poucas coisas são mais complexas do que o esporte. Há tanto para se explorar no que se diz ao amor pelo time e pelo esporte, como também existem muitas interpretações da forma certa de se jogar e daquilo que é mais importante durante uma partida. Focando mais na parte prática do jogo, existem quatro elementos fundamentais: técnica, força física, tática e sorte. Este último é o menos possível de se mexer, o que é diferente para os demais. Nos dias atuais, vemos um enfoque cada vez maior no preparo físico e no atleticismo dos jogadores. Com isso, surge um preparo muito maior da parte física, porque se crê que, com a parte física elevada, os outros elementos sobem também, incluindo a sorte.
Além disso, existem os medos de lesões: um baixo preparo físico, equivale a mais lesões, que equivalem a menos dinheiro, oportunidades, espaço. Num cenário atual, com um calendário quase imparável, como no futebol, e um esforço gigante durante um período específico, como no futebol americano, a importância de se cuidar e manter o nível é ainda maior.
Para fugir dessas lesões, da mediocridade, ou de acreditar em um talento nato, muitos jogadores começaram a levar mais a sério a questão fisiológica. Um dos maiores exemplos é o de Cristiano Ronaldo, um jogador que praticamente reinventou sua carreira após evoluir fisicamente sem perder suas características natas. Ao lado dele, temos LeBron James, uma verdadeira força da natureza, com capacidade em jogar em qualquer posição, e com um físico invejável aos 35 anos.
Obviamente, eles são dois dos maiores jogadores da história de seus respectivos esportes e os melhores exemplos possíveis, mas a influência deles é gigante no rendimento esportivo e na ciência desportiva. E as novas gerações, ao se deparar com jogadores de extremo sucesso, começam a trilhar caminhos similares, a fim de chegar num nível tão parecido quanto.
O grande nome, que hoje é o maior exemplo de talento e força física, é Giannis Antetokounmpo. Apelidado de "Greek Freak", o ala-pivô do Milwaukee Bucks foi um projeto a longo prazo, que se desenvolveu, e chegou num nível altíssimo graças à sua evolução atlética. Com seus 2,11m e 109kg, Giannis consegue jogar em todas as posições e desempenhar diversos papéis dentro de uma quadra, desde brigar por rebotes no garrafão, até atacar a cesta em velocidade com a bola em mãos.
Não só no basquete como também no futebol americano, onde o atleticismo é de suma importância, surgem jogadores fora da curva. Apesar de ainda estar no seu segundo ano de NFL, D.K. Metcalf vem se tornando uma sensação nesta temporada, com mais de 1000 jardas recebidas e nove touchdowns. Mas não são seus números que impressionam, e sim sua força física e agilidade. Metcalf tem mais de 100kg e consegue alcançar 34km/h, além da dificuldade que todos os cornerbacks vem enfrentando ao enfrenta-lo: dar um tackle nele.
Os dois jogadores citados acima são apenas dois exemplos de muitos outros atualmente. Os esportes, americanos e europeus - mais especificamente o futebol -, cresceram consideravelmente, em todos os aspectos, dado que o lucro cada vez mais aumenta. O trabalho com jovens jogadores melhorou e os estudos fisiológicos, também. Hoje é necessária uma equipe especial para lidar com o rendimento dos atletas, e graças aos exemplos de jogadores como LeBron James, é necessário ainda mais preparo físico, que aliado ao talento de um jogador, pode surgir uma nova estrela.
Antigamente, também havia uma preocupação com o aspecto físico. Michael Jordan, por exemplo, foi um jogador que, como ninguém, procurou evoluir esse aspecto, precisando até passar por transições físicas, na época que fora jogar beisebol. O que era visto antigamente, eram jogadores mais específicos: o alto era o forte, mas desengonçado; o baixo era o rápido, mas fraco. Hoje vemos esses estereótipos caindo por terra, até mesmo no mais democrático dos esportes, o futebol.
Em comparação com outros esportes de alto rendimento, o futebol ainda é atrasado; muito por conta da sua cultura democrática de englobar um jogador alto até um baixo, um forte até um fraco, um craque até um "perna de pau". No âmbito profissional do esporte, é inviável, atualmente, que qualquer jogador fora do peso ou com pouca força física tenha sucesso. Apesar de não estar no nível de cobrança física do basquete e do futebol americano, o futebol evoluiu muito, tirando cada vez mais o ideal do "peladeiro" e colocando mais o "atleta profissional". Goretzka e Adama Traoré são dois exemplos de jogadores com ótimo condicionamento físico, e que melhoraram seu futebol após virarem "grandes".
No geral, pode mudar o esporte, a localização, a cultura, tudo, mas a incrível discussão entre talento e força física sempre vai existir. No futebol, a briga é entre Messi e Cristiano Ronaldo; no basquete, se vale mais o talento de James Harden ou a força de Giannis Antetokounmpo; no futebol americano, se Tom Brady, que tem pouca mobilidade, é melhor que Aaron Rodgers, que tem mais mobilidade. Respostas exatas não existem, um fator pode ser positivo ou negativo para determinada pessoa, mas sem dúvida que os dois juntos é o melhor possível.
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