Os técnicos estreantes da temporada 2020/21 da NBA

Quatro novos treinadores vão estrear na liga e terão diferentes cenários para cuidar.

o MVP chegará para comandar estrelas como Kevin Durant e Kyrie Irving
Reprodução/FanBuzz

Toda temporada é sempre assim: treinadores vindos de trabalhos ruins são demitidos e dão lugar para outros assumirem a equipe. Mas acontece de muitos treinadores que chegam para assumir a posição sem nunca terem sido, de fato, técnicos na NBA. Pode parecer loucura contratar alguém sem experiência para uma posição tão importante na equipe, mas talvez possa ser uma nova esperança de bons resultados.

Em 2018, poucos acreditavam no Toronto Raptors, apesar da chegada de Kawhi Leonard, mas a verdadeira transformação veio com o sucesso do recém promovido técnico Nick Nurse, que era o assistente técnico desde a temporada 2013/14, e ao fim da temporada saiu como campeão. Ele é apenas um dos sucessos de treinadores estreantes, e nessa temporada, mais quatro poderão mudar o cenário de suas equipes.

Steve Nash - Brooklyn Nets

Provavelmente todos sabem quem é Steve Nash, mas é sempre bom ressaltar os feitos dele. Nash nasceu na África do Sul, mas é naturalizado canadense, e jogou na NBA pelo Phoenix Suns, Dallas Mavericks e Los Angeles Lakers. Ele foi MVP nas temporadas 2004/05 e 2005/06, cinco vezes campeão de assistências numa temporada, oito vezes All-Star e foi introduzido ao Hall da Fama em 2018. Antes dos Nets, estava trabalhando como gerente-geral da equipe de basquete do Canadá.

O novo treinador assumiu a posição de Kenny Atkinson, que passou quatro temporadas na equipe da cidade de Nova York: duas ruins e duas com chegadas aos playoffs. Sua saída está conectada com a nova situação que os Nets estão passando, de mudanças e de um novo patamar exigido, dado que as chegadas de Kyrie Irving e Kevin Durant aumentaram as expectativas. Apesar de Atkinson não ter treinado Durant, com Irving a equipe não teve uma campanha positiva (35-37), o que minou as esperanças da diretoria e do torcedor no treinador antigo.

Com isso, o trabalho de Nash é bastante claro: conseguir colocar essa equipe talentosa para funcionar. E o caminho para isso, segundo o próprio, é pela defesa e pela versatilidade de seus jogadores, que podem causar confusão nas defesas adversárias. Além da parte tática, Nash precisará cuidar da parte mais psicológica da situação, principalmente com os egos de jogadores como Kyrie Irving e da pressão que foi colocada na equipe de fazer jus ao investimento; sem falar na necessidade de construir história com uma franquia carente disso.

Stephen Silas - Houston Rockets

Apesar de ser estreante na posição de treinador, Stephen Silas conhece a NBA muito bem, por sinal, mesmo com seus 47 anos. Silas é assistente técnico desde 2000, onde começou no antigo Charlotte Hornets, e até sua chegada aos Rockets, ele passou por Cleveland Cavaliers, Golden State Warriors, Charlotte Bobcats/Hornets novamente e Dallas Mavericks.

Ele precisará comandar a equipe que vive um de seus piores momentos, visto que a relação entre a franquia e a sua principal estrela, James Harden, andam muito turbulentas. Mas todo esse alvoroço é parte do legado deixado por Daryl Morey e Mike D'Antoni, que com suas filosofias, modificaram por inteiro o panorama da franquia e ainda cederam muitas regalias à Harden. Por muitos anos, vivia uma intensa pressão para que o Barba finalmente pudesse levantar a taça Larry O'Brien, algo que nunca aconteceu.

Para tentar mudar esse clima pesado que há em Houston, Silas precisará reconciliar a vontade dos jogadores pela franquia e afastá-los de qualquer incidente com a diretoria, sem falar no imbróglio com James Harden, que pode aumentar ainda mais os problemas. Fugindo da parte polêmica e indo para o basquete em si, Silas tem uma forte tendência a evoluir jovens jogadores: estava nos Cavs na primeira temporada de LeBron James, estava nos Warriors na primeira temporada de Stephen Curry e ajudou na evolução de Luka Doncic. Com essa possível ideia de reformulação, ter alguém como Silas é fundamental.

Nate Bjorkgren - Indiana Pacers

Depois de alguns anos como assistente técnico, chegou a vez do norte-americano com nome de personagem da mitologia nórdica, Nate Bjorkgren, assumir uma equipe de vez. Seus primeiros dois anos de assistente foram em Phoenix, mas Nate chamou mais atenção pelo seu trabalho em Toronto, ao lado de Nick Nurse - com quem já venceu um título da NBA G-League em 2011. Suas duas temporadas nos Raptors foram justamente o que o credenciou a comandar uma equipe, pois, na primeira, sagrou-se campeão; na segunda, fez parte da comissão de Nurse, eleito melhor técnico da temporada.

Ele assumirá uma equipe que está no piloto automático há um bom tempo, desde a chegada de Nate McMillan. A equipe de Indiana viveu bons momentos com o treinador Frank Vogel, que tinha Paul George no elenco, onde chegou em duas finais de conferência; já com McMillan foram quatro temporadas e todas eles chegaram nos playoffs, porém caindo sempre na primeira rodada. O antecessor de Bjorkgren era muito criticado por sua filosofia de arremessos de média distância e por decisões que não agradavam os torcedores.

Com isso, o trabalho do novo treinador vai ser tirar os Pacers dessa zona de conforto que eles estão vivendo desde a última temporada de Frank Vogel. O seu estilo de comandar é bastante parecido com o seu mentor, Nick Nurse, então é provável que uma equipe mais coletiva possa aparecer em Indiana. No geral, essa tentativa nova do Indiana Pacers pode ser arriscada, mas, com certeza, será melhor que mais uma temporada na mesma zona de conforto.

Mark Daigneault - Oklahoma City Thunder

Um dos novos treinadores que terão mais trabalho a fazer é Mark Daigneault. Apesar de ser o novo treinador do Thunder, o jovem de 35 anos já está habituado a trabalhar nessa posição, pois comanda o Oklahoma City Blue, equipe da NBA G-League do Thunder, e está na função há seis anos, com 57% de vitórias em seu currículo. 

Daigneault chega para assumir o lugar de Billy Donovan, que estava a frente da equipe de Oklahoma desde 2015. Em sua primeira temporada, Donovan havia conseguido chegar nas finais de conferência, na última temporada de Kevin Durant; após a saída do camisa 35, foram quatro anos seguidos de playoffs, todos caindo na primeira rodada. Mas o rendimento não foi o principal motivo da queda do antecessor de Mark Daigneault, e sim a necessidade que os executivos tiveram de fazer uma reformulação no elenco e na comissão.

Nesse contexto, entra Daigneault, um jovem com ideias e princípios novos, que poderá ajudar no processo de reformulação do elenco e da mentalidade da franquia. A oportunidade para um treinador que conhece a franquia muito bem, desde o time de desenvolvimento, já é um sinal do que é esperado: o trabalho com jovens jogadores e uma valorização dos próprios funcionários da franquia. E o principal trabalho de Daigneault vai ser manter uma equipe competitiva, que possui muitos fãs, e desenvolver os jovens talentos, que farão parte de um futuro que aparenta ser brilhante.

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