A equipe de Ohio finalmente retornou aos playoffs da NFL depois de 18 anos e venceu uma partida na pós-temporada depois de 26 anos.
Algo bastante comum nas ligas profissionais dos Estados Unidos é o ciclo de um time com o passar dos anos. A equipe do Cincinnati Bengals viveu bons momentos no início da década passada, mas quando seu quarterback, Andy Dalton, começou a mostrar sinais de queda e a equipe não era tão competitiva quanto antes, eles decidiram entrar em reconstrução. Depois de alguns anos com campanhas negativas, eles conseguiram selecionar Joe Burrow, ex-Quarterback de LSU, que poderá ser o futuro da franquia e colocar uma campanha positiva novamente, e o ciclo se renovará.
O caso dos Bengals não se assemelha muito com o dos Browns, pois a equipe de Cleveland obteve quatro campanhas positivas em 26 anos, ou seja. E nesses muitos anos foram diversos erros, principalmente no Draft, com destaques para Tim Couch, em 1999, e Trent Richardson, em 2012. Mas o pior de tudo é que a imagem de uma equipe tão tradicional e vitoriosa foi quase esquecida por tantos anos ruins - incluindo temporadas de campanhas 1-15 e 0-16.
Em 2020, os Browns conseguiram a façanha de terminar a temporada com uma campanha 11-5 e se classificar para os playoffs, depois de muitos anos sem sabem o que é jogar em janeiro; além disso, eliminaram um rival antigo, no estádio deles, numa disputa de Wild Card. Para quem era acostumado a ver os Browns com muito mais derrotas do que vitórias ao fim de uma temporada, com certeza pode ter estranhado esse momento bom da franquia, mas para o time de Cleveland estar onde está, teve que superar muitos problemas e acertar o que estava errado.
A importância de um Draft bem feito
É difícil tentar explicar o sentimento por trás do Draft, parece que é pura história passando pelos nossos olhos, mas sem certeza de quase nada. Apesar da imprevisibilidade, o Draft é também uma ciência e motivo de horas e horas de estudo e pesquisa, para que o jogador ideal possa fazer parte da franquia. No caso dos Browns, como já foi dito acima, eles tiveram muitas dificuldades de acertar em jogadores durante todos esses anos de posições privilegiadas, não à toa que tiveram 11 General Managers desde 1999.
Mas em 2017, após uma temporada de campanha 1-15, eles escolheram Myles Garrett, um dos pilares da defesa atual e um dos melhores defensive-end de toda a liga. Na primeira temporada de Garrett, a equipe conseguiu uma regularidade jamais vista: perderam todas as partidas, e o resultado foi novamente a primeira escolha geral, além da quarta escolha geral também, em 2018. Os escolhidos para primeira e quarta, respectivamente, foram o quarterback Baker Mayfield e o cornerback Denzel Ward, além de um running-back de segunda rodada chamado Nick Chubb.
Atualmente, Baker Mayfield se provou um quarterback que pode comandar a equipe, Denzel Ward é um dos cornerbacks mais talentosos da liga e já foi ao Pro-Bowl e Nick Chubb foi indicado ao Pro-Bowl pela segunda vez nesta temporada. Mais do que o retorno em campo, esses jogadores - e Myles Garrett obviamente - fizeram com que muitos torcedores, do Browns ou de outras equipes, pudessem acreditar numa melhora da franquia, além de toda a expectativa para ver jovens talentos se transformarem em realidade. E falando em expectativa, isso foi algo que todos tiveram nos Browns recentemente.
A evolução do elenco
Se 2018 foi um ano importante para escolhas de Draft, 2019 foi um ano de novas caras vindas de trocas e agentes livres, que conseguiram deixar o torcedor menos entusiasmado do Cleveland Browns ansioso pela temporada. A temporada 2019 foi decepcionante? Definitivamente, com uma campanha 6-10, mas a evolução tinha acontecido, eles largaram o modo reconstrução dos últimos anos e resolveram apostar de vez.
Ainda em 2018, o corpo de recebedores deu um salto com Jarvis Landry, um Pro-Bowler vindo de Miami, que continuou atuando muito bem em Cleveland. Mas o salto maior ainda veio com Odell Beckham Jr., que os Browns trocaram por dois jogadores e duas escolhar de Draft, e ainda receberam o EDGE Olivier Vernon. Nessa mesma offseason de 2019, ainda contrataram o inside defensive-lineman Sheldon Richardson e o running-back Kareem Hunt.
Apesar da principal estrela, Beckham Jr., não ter mostrado todo seu potencial, as novas chegadas serviram para as pessoas olharem novamente para o Cleveland Browns, principalmente os fãs mais casuais que só acompanhavam as estrelas. Apesar das escolhas de Draft serem importantes nesse processo de divulgação da franquia, ainda são pontos de interrogação, e as novas peças chegaram para justamente colocar o time de Cleveland em outro patamar. Eles só esqueceram, porém, de contratar alguém que, de fato, pudesse colocar todos os jogadores para serem efetivos.
A chegada de Kevin Stefanski
O nome escolhido para fazer o trabalho que Fred Kitchens, Head Coach de 2019, não conseguiu, foi Kevin Stefanski. O ex-Coordenador Ofensivo do Minnesota Vikings fez de tudo um pouco lá em Minnesota: assistente, de 2006 a 2008; assistente do treinador de quarterbacks, de 2009 a 2013; treinador de tight-ends, de 2014 a 2015; treinador de running-backs, em 2016; e treinador de quarterbacks, de 2017 a 2018, até chegar ao antigo cargo em 2019.
Em seu primeiro trabalho como Head Coach, teve a dura missão de tentar colocar uma equipe e uma franquia inteira de volta às cabeças. Toda a experiência em diferentes cargos dentro dos Vikings pode ter sido fundamental para que ele pudesse arrumar muitos pontos dentro dos Browns, principalmente o ataque. Uma equipe com Kareem Hunt e Nick Chubb de running-backs não pode ser apenas a décima segunda em jardas, como aconteceu em 2019; um dos principais feitos de Stefanski foi ter transformado os Browns em um dos melhores ataques terrestres da liga. Como resultado disso, diminuiu a quantidade de passes de Baker e ainda ganhou o play-action no arsenal.
Do outro lado da bola, a defesa ainda é um ponto difícil nessa equipe, mas melhorou a defesa terrestre, e como o ataque muitas vezes o ataque pontuava bem, a defesa não era a vilã. Com isso, é notório a importância de Stefanski nos Browns, não à toa é um dos fortes candidatos a melhor Head Coach da temporada, não apenas pela campanha, mas por ter ajustado a parte do campo de um Cleveland Browns que parecia ser quase irreparável.
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