[opinião] Apesar de Rodgers sair da situação por cima, o conflito entre o jogador e franquia não é positivo para nenhum dos lados.
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Divulgação/Twitter Green Bay Packers |
Mesmo que muitos fãs da bola oval fiquem por fora dos acontecimentos da liga na offseason, dessa vez foi inevitável não acompanhar a saga entre Rodgers e Packers. Tudo começou no dia do Draft, quando saíra informações de que o jogador estaria insatisfeito com questões administrativas do clube. Além disso, Aaron Rodgers deu uma entrevista para a ESPN, com um tom de despedida. Mais recentemente, no mês de junho, ele não se apresentou no minicamp obrigatório do time.
Antes de mais nada, toda essa situação ganhou notoriedade pelo choque. Não apenas por se tratar do atual MVP da liga querer sair do seu atual time, mas também por toda a história que ambas as partes dividem. Contudo, não tem amor no mundo que consiga salvar as desavenças que o quarterback carrega com a diretoria, principalmente com o General Manager Brian Gutekunst.
Possivelmente, a principal reclamação de Rodgers está na sua voz dentro da franquia. Por se tratar de um jogador com muita história não só no time, como também no futebol americano, é compreensível essa demanda. Ainda mais, após ter sido o MVP da liga, quando no mesmo ano o time draftou um quarterback na 1ª rodada, fica impossível não o apoiar nesse desejo. Afinal, Aaron Rodgers é um dos símbolos da franquia de Green Bay, e com sua experiência, precisa ser levado em consideração.
Também, a diretoria errou em diversas questões no gerenciamento do clube. Nas últimas temporadas, foram diversas escolhas de Draft questionáveis, deixando de escolher wide receivers na primeira rodada, quando havia a necessidade de um. Além disso, deixou de renovar com jogadores importantes, como Clay Matthews e Jordy Nelson. E, no final das contas, encontrou dificuldades de encontrar jogadores para suprir a ausência deles.
Porém, mesmo com muitas decisões controversas e uma aparência de falta de planejamento, os Packers não é, de maneira geral, um erro. Na verdade, é quase o completo oposto. A equipe de Green Bay, mesmo com escolhas duvidosas, soube aproveitar ao máximo e desenvolver seus jogadores de picks baixas. Aaron Jones, um dos principais jogadores ofensivos, é de 5ª rodada; Adams, o melhor WR da NFL, é de 2ª. Além disso, a transição de Mike McCarthy para Matt LaFleur pode ter demorado para acontecer, mas o jovem Head Coach já é um sucesso.
Portanto, apesar de fazer sentido as críticas de Rodgers à diretoria, no geral, não dá dimensão para uma novela dessa magnitude. Com isso, ganha ainda mais força os motivos que não parecem nada ligados ao futebol americano. À exemplo, Aaron Rodgers namorando com uma atriz de Hollywood e os rumores dele preferir ser trocado para uma equipe da costa oeste, não o ajudam em nada.
Bem como, é preciso ressaltar que Rodgers pode ter uma influência muito grande no time, mas não deve tomar as decisões. Uma das grandes críticas é o fato de não colocar armas suficientes pra ele poder jogar melhor, como a questão de wide receivers. Em contrapartida, os Packers possuem um dos melhores ataques da NFL, e uma defesa que causa desequilíbrio em comparação à excelência ofensiva. Ou seja, é normal o investimento nas fraquezas do time.
Reprodução/Packers Wire |
Mas, o mais importante notar é que não existem mocinhos nessa história. O Green Bay Packers, como franquia administrativa, vem escorregando e se auxiliando na qualidade de seus jogadores, apesar de acertar em outras questões. Já Aaron Rodgers, mesmo correto em querer ser mais valorizado e ter mais voz, suas demais motivações aparentam estar ligadas a um ataque de estrelismo, principalmente em sua abordagem com a mídia. As narrativas de "The Last Dance" e as fortes críticas dão força a ele, mas também aumenta a pressão consideravelmente.
Futuramente, quem pode pagar o grande pato é os fãs. Acostumados com o alto nível por vários anos, os torcedores podem perder Aaron Rodgers na próxima temporada e, consequentemente, começar uma reformulação no elenco. Afinal, como ele mesmo dissera: "Green Bay não é um grande destino para férias, as pessoas vêm jogar comigo, com a nossa equipe e sabem que podem ganhar um campeonato aqui". Ao perder o fator competitivo, os Packers podem se juntar ao nível dos rivais de divisão.
Ao final, o quarterback e atual MVP saiu com a vantagem no embate. Depois de reestruturar seu contrato, terá a opção do que fazer no final da temporada 2021. Além do apoio dos cheeseheads nas arquibancadas. Portanto, os Packers entram, possivelmente, na temporada mais importante dos últimos anos, que poderá definir não só o futuro da maior estrela dos últimos anos, mas também da franquia.
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