Após passar por muitas dificuldades, Itália e Inglaterra voltam ao topo do futebol de seleções.
Reprodução/Getty Images |
Na tarde deste domingo (11), Itália e Inglaterra farão a final da Euro 2020 no estádio de Wembley, em Londres. Assim, poderemos ver os italianos se consagrando pela segunda vez campeões da Eurocopa ou a primeira dos ingleses em toda sua história. Porém, essa é uma final que poucos esperavam. Com França, Bélgica e Portugal disparadas como favoritas desde o início, o English Team era uma possível surpresa, e a Azzurra como uma zebra entre as demais.
Mas, como muitos acompanharam na competição, ambas as equipes se superaram e garantiram vaga na finalíssima. Além de chegar em Wembley para o último jogo, as seleções reencontraram o seu futebol e a confiança, algo que será fundamental para a Copa do Mundo de 2022. Apesar de estarem se reencontrando no topo, seus caminhos foram distintos e com muitas peculiaridades no meio. Porém, existem similaridades que, de fato, podem servir para qualquer outra seleção de alto nível.
Itália
Antes da mais nada, a Seleção Italiana teve uma jornada de altos e baixos nos últimos anos. Depois de não conseguir se classificar para o mata-mata da Copa de 2014, o técnico italiano Cesare Prandelli foi demitido. Logo em seguida, no mesmo ano, começou a rápida passagem de Antonio Conte, que duraria apenas dois anos. Depois disso, entrou Gian Piero Ventura, que apenas deixou a Itália de fora de uma Copa do Mundo. Portanto, a Seleção Italiana precisava de mudanças.
Com isso, a chegada do campeão da Premier League com o Manchester City em 2012, Roberto Mancini, trouxe vida nova à tetra campeã mundial. E, possivelmente, o trabalho do treinador de 56 anos é o grande motivo do sucesso italiano. Afinal, como muitas pessoas notaram no início do torneio, a Itália não possuía tantos talentos individuais quanto as demais favoritas. Ou seja, grande parte do momento vivido é culpa de Mancini, que soube explorar os pontos fortes de seus jogadores e arquitetou jogadas próprias para eles.
Porém, o grande diferencial desse time de Roberto Mancini é a ofensividade, a qual não é muito associada aos italianos. A marcação alta, muitas trocas de passe e a intensidade são algumas características do time. Portanto, ao quebrar a ideia de uma defesa forte e um ataque rápido, o técnico italiano inicia uma contracultura na seleção. Todavia, não chega a ser um problema. Na Serie A italiana, é cada vez mais comum novas ideias e estilos de jogo aparecendo, principalmente ofensivos, nos últimos anos. Uma liga plural taticamente auxilia muito o trabalho do treinador.
Inglaterra
Por outro lado, a história da Inglaterra é bem diferente. O atual técnico, Gareth Southgate, assumiu interinamente em 2016, mas, com boas primeiras exibições, acabou assumindo de vez. Na Copa do Mundo de 2018, alcançou as semifinais da competição. Porém, o seu feito foi diminuído por conta do chaveamento fácil no mata-mata e de apresentações pouco grandiosas no torneio. No geral, até antes da Euro 2020, Southgate não era tão bem quisto na Seleção Inglesa. Caso não tivesse feito uma grande campanha, seria um forte candidato a virar desempregado.
E toda essa desconfiança é devido ao grande número de talentos individuais da Inglaterra que não são bem aproveitados. Possivelmente a melhor geração da história do país - que ainda é muito jovem. Diferentemente da Itália, a qual tem como protagonista o treinador, os grandes astros da Seleção Inglesa são os próprios atletas. Jogadores do calibre de Harry Kane, Raheem Sterling, Jadon Sancho, Mason Mount e muitos outros jovens nivelados por cima, diferenciam a equipe de qualquer outra.
Além disso, igualmente à Serie A da Itália, o talento da seleção está atrelado à força da liga nacional. Como todos sabem, a Premier League é a maior liga de futebol do mundo, não só no quesito financeiro mas também em qualidade de jogo. O lucro bem distribuído e capital entrando constantemente fazem com que os clubes possam investir melhor nas categorias de base. Por consequência, novos talentos surgirão com base nisso. E foi exatamente assim que craques do futuro como Phil Foden, Bukayo Saka e Jack Grealish surgiram.
LEIA TAMBÉM:
Comentários
Postar um comentário