O técnico italiano foi peça fundamental para a Inter de Milão se recolocar no mapa das melhores equipes de futebol do mundo.
Reprodução/Emilio Andreoli/Getty Images |
Após 11 anos sem conquistar um título do campeonato italiano, a Inter de Milão voltou a ser campeã nessa temporada. A conquista do 19º Scudetto de sua história marca também o fim da hegemonia da Juventus, que venceu as últimas nove edições da liga. E quem deu início àquela sequência foi Antonio Conte, vencendo a Serie A TIM entre 2011 e 2014. Agora na Inter, e com mais bagagem de treinador, ele foi o protagonista de uma conquista significativa, que representa a retomada de uma das grandes equipes da história ao topo.
Apesar do início ruim no campeonato, a Inter de Milão arrancou uma sequência de 18 jogos sem perder, a qual ultrapassou o rival Milan e assumiu a liderança na 22ª rodada. A partir daí, o caminho para o título se abriu, pois o time conseguia os resultados e os rivais tropeçavam com frequência. Após o deslize da Atalanta contra o Sassuolo no domingo (2), o título fora confirmado com quatro jogos de antecedência. Na semana seguinte, a Internazionale venceu a Sampdoria por 5 a 1 neste último sábado (8), e acumulou um total de 85 pontos em 35 jogos.
Desde a temporada passada, justamente na primeira após a chegada de Antonio Conte, que a equipe da Inter de Milão vem chegando com mais força. Mesmo que as temporadas de 2017/18 e 2018/19 com Luciano Spalletti tenham sido fundamentais para a equipe retornar aos torneios continentais, era preciso progredir e crescer no cenário competitivo de títulos. Com isso, ninguém melhor do que Conte para fazer com que uma equipe possa dar esse salto de qualidade que tanto se espera.
Além das suas conquistas, tanto com Juventus e Chelsea, ou sua rápida passagem pela Seleção Italiana, marcam uma noção que se estabeleceu para o treinador italiano: ele é o cara para ajudar a reerguer uma instituição e elevar o nível de futebol da mesma. Uma de suas principais características é a mentalidade que ele coloca em seus times, promovendo o futebol coletivo e estimulando a intensidade; aspectos similares ao seu próprio estilo como jogador. Características como essa transformam ambientes, e no caso da Inter de Milão, a instituição necessitava desse comando e dessa cobrança.
Se pedirem para falar da Inter, com certeza muitos vão citar o time da temporada 2009/10, que conquistou a tríplice coroa, comandados por José Mourinho. E o fato do último título da Serie A TIM ter sido em 2009/10 não é à toa. Apesar daquele elenco ser bastante forte, já estava envelhecido. A própria chegada do técnico português foi com a necessidade de tirar o melhor daqueles jogadores de uma vez por todas. Em consequência, a transição daquele elenco envelhecido para um novo foi algo bastante difícil, e complicou a regularidade do time durante a década de 2010.
Além disso, soma-se diversas questões relacionadas às compras que a Inter de Milão teve. Em 2013, o dono da instituição, Massimo Moratti, vendeu o clube para o empresário indonésio Erick Thorir. Mas logo em 2016 o clube foi renegociado com a empresa chinesa Suning Holdings Group, o qual comanda a equipe até hoje. Essa instabilidade ainda perdura, com a possibilidade do time ser vendido mais uma vez, por dificuldades financeiras que a pandemia trouxe e legislação sobre investimentos fora da China.
Justamente quando essas questões, que dificilmente não afetam tudo dentro do clube, foram mais estabelecidas em 2016, a Inter de Milão começou a evoluir. Esse salto para brigar por títulos aconteceu mesmo na primeira temporada de Conte, onde ficou a um ponto da campeã Juventus e perdeu a decisão da Liga Europa para o Sevilla. Mesmo que a situação entre a direção e o técnico italiano tenha sido estremecida pelos insucessos, ambas as partes se acertaram antes do começo da temporada atual, com a promessa de reforços e mais confiança no trabalho do treinador.
De fato, reforços são preciosos para Antonio Conte. O treinador preza não só pela qualidade do seu elenco, como também pela força mental de alguns jogadores. Em todos os seus principais trabalhos, a briga com a diretoria por reforços é comum, e só ressalta ainda mais o instinto competitivo do italiano. Aprovando ou não essa postura e o jeito de Conte, é necessário ressaltar como essa busca incessante pelo sucesso e os bons resultados é algo fundamental em time grande. A Internazionale justamente precisava ser esse time grande que disputa títulos, como estava acostumada nos anos 2000, e a escolha de Antonio Conte foi pensando nesse cenário.
As chegadas de jogadores como Romelu Lukaku, Achraf Hakimi, Christian Erikssen e Alexis Sanchez, todos vindos nesses quase dois anos de trabalho, são influenciados pela presença de Antonio Conte e sua necessidade de ser competitivo. Além de bons jogadores, outro triunfo do técnico é colocá-los da melhor forma, juntamente com os demais do elenco. O estilo arrojado de Conte casa muito com o próprio estilo italiano de jogar, e o bom trabalho em explorar as principais qualidades de seus jogadores - principalmente de Lukaku - é um grande mérito do italiano a frente dos Nerazzurri.
No geral, a importância do italiano na Inter ultrapassou as necessidades de título, chegando num nível de cultura de equipe e estabilidade, algo que o clube buscava há tempos. Como já alcançaram o nível nacional, o próximo passo é conquistar a Europa, que é bastante novo ainda para Conte, pois nunca teve muito sucesso nesse cenário ainda. O futuro entre eles ainda é obscuro, devido aos diversos imbróglios sobre a venda do clube, contudo já provou ser algo extremamente benéfico para ambos; e para os torcedores também.
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