O retorno do bom futebol no Real Madrid

Com uma temporada acima das expectativas, Real Madrid mostra uma evolução muito grande em comparação com os últimos anos.

Reprodução/Site oficial do Real Madrid

Antes de começar a temporada 2021/22 do Real Madrid, muitas dúvidas estavam acompanhando o clube. Não apenas a chegada de Carlo Ancelotti era uma incógnita, como também o elenco, que contou com a saída de Sergio Ramos e a permanência de outros veteranos, ao lado de vários jovens. Porém, a equipe da cidade de Madrid chega para 2022 com um dos melhores desempenhos no futebol europeu até então. Com 43 pontos, lidera LaLiga e, ainda por cima, garantiu a primeira colocação no grupo D da Champions League, perdendo apenas uma partida.

Além disso, os resultados estão acompanhados de grandes apresentações, que estão surpreendendo todos os torcedores. Nos últimos anos, principalmente no mais recente, o Real Madrid dificilmente entregava grandes apresentações, e a parte tática pouco chamava atenção. Hoje, os comandados de Ancelotti chamam muita atenção pelos desempenhos individuais que alcançaram. E o grande culpado disso é o próprio treinador, cujo impacto é nítido desde sua chegada.

Grandes desempenhos individuais

Primeiramente, é preciso ressaltar a dupla de ataque formada por Benzema e Vinicius Júnior. Os dois jogadores são os artilheiros do Real na temporada: 13 gols para o francês e dez, para o brasileiro. Além disso, lideram o número de assistências, somando 12 passes para gol: sete para o centroavante e cinco, para o ponta esquerda.

No entanto, pelo menos para Benzema, esses números não são novidades, visto que o jogador assumiu muito bem o posto de protagonista dessa equipe. A surpresa fica por conta da evolução grande do brasileiro de apenas 21 anos, o qual já sofrera diversas críticas e suspeitas sobre o seu talento e capacidade. Agora, Vinicius é titular incontestável e já ganhou as graças da torcida, principalmente após o golaço que marcou para selar a vitória contra o atual 2º colocado Sevilla, no dia 28 de novembro.

Mas, se esses jogadores estão funcionando muito bem, os meio-campistas têm muita culpa disso. Uma das principais novidades dessa temporada foi, com certeza, o retorno do alto nível de Casemiro, Kroos e Modric. Certamente, esse trio entrará na história do futebol, mas, independentemente dos feitos do passado, eles voltaram a entregar apresentações que muitos não viam há tempos.

Além disso tudo, no geral, praticamente todos os jogadores estão em grande forma: Éder Militão e Alaba formam uma defesa segura, ao lado de Carvajal e Mendy, que finalmente está crescendo. Mais à frente, Asensio completa o trio ofensivo com Vinicius e Benzema e soma cinco gols nessa atual temporada. E, no banco de reservas, Rodrygo, Valverde, Jovic e Camavinga conseguem suprir os titulares e servirem para variações táticas.

O impacto de Carlo Ancelotti

Portanto, com tantas mudanças e evoluções num elenco que é muito parecido com o da temporada passada, podemos assumir que Carlo Ancelotti está trabalhando corretamente. O treinador italiano, que possui diversos títulos, tanto como técnico quanto como jogador, chegou com muitas dúvidas ao clube merengue. Afinal, após passagens por times com menos expressão, como Napoli e Everton, ninguém imaginava ele retornando ao topo das equipes de futebol novamente.

Quando confirmaram Ancelotti como treinador do Real Madrid, a surpresa foi bastante nítida. Pois, no mercado, ainda tinha Ernesto Valverde e, principalmente, Antonio Conte, que estava em alta após o título italiano com a Inter de Milão. No entanto, dava para notar o que Florentino Perez esperava com a chegada de Carlo no clube: segurança. Os riscos com um treinador conhecido por ser bastante flexível e bom de vestiário são muito menores. Ainda mais se você comparar com o jeito mais efusivo de Conte.

Ou seja, ter Carlo Ancelotti no banco passa uma estabilidade para o presidente e até mesmo para a imprensa, que já conhece a relação do italiano com o clube espanhol. Além disso, as habilidades do técnico em comandar elencos e desenvolver talentos também foram levadas em consideração, é claro. E, pelo trabalho até então, mesmo com quase 30 anos treinando clubes, ele ainda consegue mostrar seu repertório tático, o qual está evoluindo cada setor do campo.

Reprodução/Site oficial do Real Madrid

As táticas que evoluíram o time

Como todo bom italiano, Ancelotti é mais um que carrega o estigma de ser um treinador cheio de táticas. Certamente, ele aprendeu muito desde sua época de jogador, quando foi treinado por grandes treinadores como Arrigo Sacchi e Fabio Capello. Sua principal virtude é a capacidade de variar estilos e ajustar a melhor tática de acordo com os jogadores que possui. Mas, o padrão mais recente dele são equipes que esperam mais o adversário, defendendo e explorando os contra-ataques.

Pode não ser o estilo mais aclamado pelos fãs do futebol moderno, mas, neste Real Madrid, funciona com perfeição justamente pelas peças que o elenco possui. A defesa é extremamente sólida, cedendo apenas três gols em seis partidas de Champions League e 15, em um turno de LaLiga. Isso faz com que o ataque se potencialize, ou seja, apostando na velocidade de Vinicius Júnior e de Benzema. 

Além disso, os merengues possuem vários repertórios ofensivos, os quais também buscam valorizar jogadas em velocidade e de mano a mano com Vini Jr. Mas, quando o adversário está mais fechado, os destaques ficam por conta de Tony Kroos e Luka Modric, que regem o meio-campo e tentam buscar a melhor opção. Para ajudar os volantes, a equipe madrilenha fica bastante espaçada no campo, abrindo a linha defensiva adversária para que infiltrações e trocas de posições criem espaços cada vez melhores.

Em suma, Carlo Ancelotti está conseguindo tirar o melhor dos seus jogadores, colocando-os em uma posição mais confortável para brilharem. Certamente, o trabalho do técnico é louvável, mas se os jogadores estão conseguindo colocar em prática, eles merecem um grande mérito também. No entanto, será que a equipe terá fôlego para manter essa boa fase até a metade do ano que vem?

Em LaLiga, a disputa parece mais fácil, visto que Barcelona e Atlético de Madrid estão passando por dificuldades. Por outro lado, na Liga dos Campeões, o adversário será o PSG, que não possuem um coletivo tão forte quanto esse, mas peças individuais incomparáveis. Mesmo se não alcançar grandes objetivos nesse ano, o saldo dessa temporada já mostra que o futuro pode ser bastante promissor.

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